Aniversário de Mortedo Escritor e Poeta Antero de Quental

Antero Tarquínio de Quental (Ponta Delgada, 18 de abril de 1842 — 11 de setembro de 1891) foi um escritor e poeta de Portugal que teve um papel importante no movimento da Geração de 70.

Biografia

Nascido na Ilha de São Miguel, Açores, durante a sua vida, Antero de Quental dedicou-se à poesia, à filosofia e à política. Iniciou seus estudos na cidade natal, mudando para Coimbra aos 16 anos, ali estudando Direito e manifestando as primeiras ideias socialistas. Fundou em Coimbra a Sociedade do Raio, que pretendia renovar o país pela literatura.

Em 1861, publicou seus primeiros sonetos. Quatro anos depois, publicou as Odes Modernas, influenciadas pelo socialismo de Proudhon, enaltecendo a revolução. Nesse mesmo ano iniciou a Questão Coimbrã, em que Antero e outros poetas foram atacados por Antônio Feliciano de Castilho, por instigarem a revolução intelectual. Como resposta, Antero publicou os opúsculos Bom Senso e Bom Gosto, carta ao Exmo. Sr. Antônio Feliciano de Castilho, e A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais.

Ainda em 1866 foi viver em Lisboa, onde experimentou a vida de operário, trabalhando como tipógrafo, profissão que exerceu também em Paris, entre janeiro e fevereiro de 1867.

Em 1868 regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós, Abílio de Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão.

Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português. Em 1869, fundou o jornal A República, com Oliveira Martins, e em 1872, juntamente com José Fontana, passou a editar a revista O Pensamento Social.

Em 1873 herdou uma quantia considerável de dinheiro, o que lhe permitiu viver dos rendimentos dessa fortuna. Em 1874, com tuberculose, descansou por um ano, mas em 1875, fez a reedição das Odes Modernas.

Em 1879 mudou-se para o Porto, e em 1886 publicou aquela que é considerada pelos críticos como sua melhor obra poética, Sonetos Completos, com características autobiográficas e simbolistas.

Em 1880, adoptou as duas filhas do seu amigo, Germano Meireles, que falecera em 1877. Em Setembro de 1881 foi, por razões de saúde, e a conselho do seu médico, viver em Vila do Conde, onde fixou residência até Maio de 1891, com pequenos intervalos nos Açores e em Lisboa. O período em Vila do Conde foi considerado pelo poeta o melhor período da sua vida: "Aqui as praias são amplas e belas, e por elas me passeio ou me estendo ao sol com a voluptuosidade que só conhecem os poetas e os lagartos adoradores da luz."

Em 1886 foram publicados os Sonetos Completos, coligidos e prefaciados por Oliveira Martins. Entre Março e Outubro de 1887, permaneceu nos Açores, voltando depois a Vila do Conde. Devido à sua estadia em Vila do Conde, foi criada nesta cidade, em 1995, o "Centro de Estudos Anterianos"

Em 1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de 11 de Janeiro, aceitou presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga foi efémera. Quando regressou a Lisboa, em Maio de 1891, instalou-se em casa da irmã, Ana de Quental. Portador de Transtorno Bipolar, nesse momento o seu estado de depressão era permanente. Após um mês, em Junho de 1891, regressou a Ponta Delgada, suicidando-se no dia 11 de Setembro de 1891, com dois tiros na boca, disparados num banco de jardim.


Fonte: Wikipédia

1 comentários:

Antero de Quental foi de facto uma personalidade de muito valor. A chegada dos novos meios de transportes ferroviários, que traziam todos os dias novidades do centro da Europa, influenciou o aparecimento de novas ideologias. Este fenómeno fez despertar Antero e o seu grupo para novas formas de escrever, separando a nova geração dos ultra-românticos.
Essa diferença assentuou-se quando Castilho criticou os poemas de Antero e de Teófilo de Braga, em que ironizava e afirmava que não tinham valor nenhum. Antero, com irreverência e excesso, decide contestar o velho mestre, fez publicar uma carta-aberta a Castilho "Bom-senso e Bom-gosto", onde, exaltadamente, se insurge contra o desdém de Castilho relativamente à nova geração de poetas. E desencadeou assim uma polémica literária, que se prolongaria pelo ano de 1866 e levaria mesmo a um duelo à espada entre Antero e Ramalho Ortigão.

A famosa Questão Coimbrâ, que durante mais de seis meses agitou o nosso pequeno mundo literário, foi o ponto de partida da actual evolução da literatura portuguesa.
Depois das reuniões, a geração de oiro de Coimbra acabou por não conseguir fazer mais nada, muito menos executar os seus planos que revolucionariam o pais, e acabando por se considerarem "os vencidos da vida", que não conseguiram fazer nada com que se comprometeram. Uma razão da grande depressão de Antero, que o levou ao suicídio.
Beijos