Alguem lembra em que filme esta tela aparece?

Marc Chagall, "The Bride", 1950.
Chagall evocava o mundo das ideias, pintava o onírico, usava tons que via em seus próprios devaneios. Usava o colorido da sua infância e do seu amor junto aos cinzas e pálidos de seus conflitos. Concedia à realidade uma nova forma, inconsciente. Sempre penso que a sua obra pode ser uma espécie de pintura de livre associação.

Chagall tinha uma imaginação que desafiava o fantástico, o qual parecia nunca ser suficiente para o pintor. Dispunha elementos díspares duma forma que lembra os surrealistas. Mas não pode ser associado a um único estilo artístico. O pintor sintetizava características do cubismo, simbolismo e fauvismo em suas obras. Foi um dos pioneiros do modernismo e também se destacou por pintar gravuras e vitrais. Em sua obra encontramos ainda ilustrações para fábulas e uma série de gravuras bíblicas, própria do início da temática de sua obra, que busca suas mais profundas raízes.

O artista francês, de origem russa, era judeu e como tal lutou para sobreviver à revolução bolchevique na Rússia e ao nazismo. Teve sua arte ignorada por muito tempo pela sociedade e pela própria família, que desaprovava sua escolha. Isso dificultou conseguir os recursos necessários para desenvolvê-la.

Muito nos seus quadros remete à sua vida de menino em Vitebsk, denotando saudosismo numa linguagem lírica e moderna. Era um romântico: pintava quase essencialmente suas memórias e fez de sua obra uma verdadeira poesia fantástica, no mais amplo sentido da palavra. Para mim, um gênio.

Chagall felicita seu passado e sua história, assim como o amor entre ele e sua esposa Bella numa linda série de quadros nos quais a aura do sentimento mútuo contorna as figuras. E isso as acolhe, e elas, às vezes, flutuam. Quando sua mulher faleceu, o pintor se despediu com o lindo "Autour d'Elle” (Em Torno Dela).

Muitos o conheceram através de Julia Roberts, quando sua famosa personagem Anna Scott, em Notting Hill (1999), presenteou William Thacker, vivido por Hugh Grant, com o quadro “La Mariée” (The Bride). Ora, ela era apenas uma garota, parada na frente de um rapaz, pedindo a ele que a amasse. Uma cena bem romântica - e quando existe romance, existe Chagall, com toda a sua estranha noção de romantismo retratada por uma noiva e um bode tocando violino.



Publicado em artes e ideias por rejane borges


Fonte :http://obviousmag.org/archives/2011/12/marc_chagall_alguem_viu_um_bode_tocando_violino.html#ixzz1lAVffhto/texto e imagem

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