De ti é este sol queimando o mundo
um simples pensamento e volta tudo
à nudez que me veste o sonho
Dói-me este Verão e o céu fecundo
na eira o grão moído o pasto ardido
à minha frente apenas um prodígio
a fuga para onde o mar me inunde
e as fontes me refresquem os sentidos
Todo o dia o teu sol me queima
De noite um sol aceso no meu sono
acordo e o sol já me queimou os dedos
já arderam as palavras frescas verdes
e sol já tomou a forma do teu rosto
De ti é este sol queimando tudo
um rumor de cigarras cego e surdo
rolas ferindo o céu e um silêncio súbito
e assim caminho para a solidão de Agosto
rente às sombras e aos beirais
caindo a prumo na vastidão do mar
fugindo ao sol no teu olhar
LibeLua
Fonte: www.oblogdalibelua.blogs.sapo.pt
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