De Repente

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.


Vinícius de Morais

2 comentários:

Gosto do seu blogue, da formatação, onde introduziu tantas referências a Londres, deve ser de facto uma grande apreciadora da terra de sua magestade e, como em Junho passei em Londres uma semana delirante, sempre que venho aqui, ainda mais razões tenho de recordar esses dias. Tenho lido os poemas que transcreve, serão escolhas suas e possivelmente terão algum significado, acontece que têm eco em mim.
Beijos

Anthero Sady disse...

Parabéns por tão lindo espaço.Beijos no coração.Sady Mac


www.buscandosonhos.com.br