Episódios antigos são como velhas películas
Desfilam na tela do passado
Alimenta-se de doces lembranças
Quando colocamos um filho no mundo
Começamos a perdê-lo, nesse momento sublime
À medida que crescem, partem ao caminho que os espera
De vez em quando, sua saudade consegue reuni-los a sua volta
E você se apercebe sorrindo
E prepara novamente o ninho para recebê-los
No entanto, a cria se alimenta e logo bate asas
Apenas seus olhos conseguem mirá-los, qual outrora
São os reflexos dessa saudade incontida
O tempo nesse momento já se encarregou de torná-los viandantes
Todavia, em sua retina, não passam de pequenas aves
A procura de seu amor e seu ninho
É o velho filme que retorna a retina
Essa fita em sua avant premier
Arrebata lágrimas desse olhar já extenuado
Cheio dessa saudade que insiste em se alojar
De minhas pequeninas aves
Apenas imagens e afetuosas lembranças
Seus filhos serão seus para sempre
Uma vez que dentro deles permanece sua afeição e zelo
Conservam a ternura de serem seus
Porque pegastes em suas mãozinhas pela primeira vez
Os fazendo prisioneiros
Guarda na alma a altivez de serem filhos
Ao gerador, coube o saber
Ao protetor, o desejo de sempre esquentar e renovar o ninho
Mesmo sabendo que quando as asas nascerem
Os filhotes partirão rumo a vida.
Com felicidade, pude observar o vôo
Hoje, permanecerei esperando no ninho
Vou cerrar-lhes as asas
E abrigá-los em meu colo quentinho.
Jamais desfarei o ninho.
Vivo a expectativa do regressar dos filhotinho
Sonis Santos
Fonte:www.trevisart.com.br
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