Pergunto-te onde se acha a minha vida!



Pergunto-te onde se acha a minha vida.
Em que dia fui eu. Que hora existiu formada
de uma verdade minha bem possuída

Vão-se as minhas perguntas aos depósitos do nada.

E a quem é que pergunto? Em quem penso, iludida
por esperanças hereditárias? E de cada
pergunta minha vai nascendo a sombra imensa
que envolve a posição dos olhos de quem pensa.

Já não sei mais a diferença
de ti, de mim, da coisa perguntada,
do silêncio da coisa irrespondida.


Cecília Meireles

Fontes:

1 comentários:

Penélope disse...

Ela está dentro de ti, bem acomodada, às vezes... n'outras, louca para sair e ver e viver coisas novas, minha amiga!!!
Um grande abraço