O Ciúme


Entre as tartáreas forjas, sempre acesas,
Jaz aos pés do tremendo, estígio nume,
O carrancudo, o rábido Ciúme,
Ensanguentadas as corruptas presas.

Traçando o plano de cruéis empresas,
Fervendo em ondas de sulfúreo lume,
Vibra das fauces o letal cardume
De hórridos males, de hórridas tristezas.

Pelas terríveis Fúrias instigado,
Lá sai do Inferno, e para mim se avança
O negro monstro, de áspides toucado.

Olhos em brasa de revés me lança;
Oh dor! Oh raiva! Oh morte!… Ei-lo a meu lado
Ferrando as garras na vipérea trança.

Bocage

Fonte:
www.blogdospoetas.com.br

2 comentários:

Nanda disse...

Aiai... Nefasto sentimento... Não suporto ser vítima dele!
Fazia tempo que nao lia Bocage!
Beijinhos...

Mirtes disse...

Dele fui vítima pouquissimas vezes, talvés por não ter tido tantos amores rsrsr...

Bjssss