Que os sensíveis sejam também protegidos.
Que sejam protegidos todos os que veem muito além das aparências.
Todos os que ouvem bem pra lá de qualquer palavra.
Todos os que bordam maciez no tecido áspero do cotidiano.
Todos os que propagam a bondade.
Todos os que amam sem coração com cerca de arame farpado.
Que sejam protegidos todos os poetas de olhar e de alma, tanto faz se dizem poesia com letras, gestos, silêncios ou outro jeito de fala.
Que sejam protegidos não por serem especiais, que toda vida é preciosa, mas porque são luzeiros, vez ou outra um bocadinho cansados, no escuro assustado e apertado do casulo desse mundo.
Ana Jácomo
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