O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige, nem pede.
Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não.
Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
Carlos Drummond de Andrade
Fontes:
http://pensador.uol.com.br/poemas
http://rosasate.blogspot.com/imagem
3 comentários:
Que lindo nao?
Amor antigo sempre presente em nossos corações mesmo quando não pensamos nele, está lá...
Nem o tempo, nem a ausência, nem a dor pode apagá-lo.
bjux
Que lindo essa poema!
Amy
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