Da Varanda.
Quando eu tinha em mim
O foco do olhar voltado em riste
Para as coisas que eram doces,
O meu amor cantava ao meu ouvido
Os silêncios entoados e mais belos
Que ouvi.
Os jardins eram lilases
E contrastavam com a dor que eu não sentia,
Pois então
Minha mão e tua mão
Eram uma só mão,
E meus pés cegos te seguiam
Pelas tábuas do assoalho.
No tempo em que eu era vida
E que a vida era essência em mim,
As nuvens eram mais claras
E eu não chovia tanto.
Mas meus olhos trovejavam de você
Por entre as noites de boemia
E lua nova.
Nos dias que eu vivia e só sentia
Os sorrisos já não eram tão forçados,
Os afagos já não eram tão cobrados,
Os meus medos já não tinham fundamento.
E no meio do enorme firmamento
Confundi seus abraços sufocantes
Com os receios que deveras carregava.
Hoje passo pela vida sem apego
E na cadeira, junto à morte, me desnudo
Nas noites de luar, sem companhia.
Ao meu lado, o amor já esquecido,
Aos meus pés, meu olhar desfalecido,
No meu colo, a velha fotgrafia.
Marcel
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About author: Elaine Crespo
Elaine Crespo, adoradora de blogs, escrever, ver o pôr do sol, internet, chocolate, livros, filmes e séries.
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1 comentários:
oieeee tem um selinho pra ti no blog... pega lá!! bjokas!
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