Metade do Mundo quer Emagrecer e a outra Metade Morre de Fome



"Metade do mundo quer emagrecer e a outra metade passa fome."

Título de uma comunidade do orkut.


Em 1974, a Conferência Mundial sobre a Alimentação fixava a meta de eliminar a fome no mundo até 1984. Foi um sonho impossível como admitiram implicitamente, em 1996, os representante da Fao reunidos em Roma. Hoje, voltam ainda as previsões da redução pela metade do número de famintos até 2020.

Prevê-se que uma massa de 1 bilhão e 300 milhões ainda passará fome naquele ano, sendo que as crianças subnutridas somarão 132 milhões. Um pouco abaixo dos 166 milhões de 1997, mas ainda muitas: uma a cada quatro crianças passará fome.

Os números nada animadores estão no relatório “Previsões para o ano 2020 sobre a alimentação mundial: tendência alternativas e escolhas” apresentado em Bohn, Alemanha, no mês de setembro.

Cada dia, morrem
por causa da fome,
24 mil pessoas.
10% das crianças,
em países em
desenvolvimento,
morrem antes de
completar cinco
anos de idade

Todavia, há uma pequena melhora, ainda mais porque o relatório analisa também outros fatores que podem, mais uma vez, modificar para pior essas previsões.

Parece que América Latina vai conseguir, até 2020, eliminar a fome do continente. A China também reduzirá pela metade seu exército de crianças sub-nutridas com a política do filho único, mas a Índia continuará a ser um problema, pelo aumento da sua população. A tragédia, porém, continuará na África, onde se anuncia um aumento da fome: a desnutrição infantil passará dos 33 milhões, em 1997, a algo entre 39 e 49 milhões, em 2020.

Segundo o Ifpri, instituto americano que faz pesquisas sobre a economia dos países pobres ligados à Fao, a África, para reverter esses números, precisaria de muito dinheiro, entre 76 a 186 bilhões de dólares, somente para melhorar suas infra-estruturas básicas (estradas, irrigação, saúde, etc). Porém a tragédia das crianças famintas poderia já ser reduzida em parte, se fosse possível aumentar os investimentos pelo menos de 10 bilhões de dólares ao ano (cifra menor de quanto o mundo gasta em armamentos).

Na África, existem outros desafìos endêmicos, como os conflitos armados e as maiores taxas de pobreza, dificultando até o começo de uma retomada a curto prazo de um crescimento econômico sustentável.

“As previsões mais recentes deixam entender que o objetivo fixado em 1996 não será conseguido antes de 2030”: lê-se no site da Fao. Dez anos de atraso em relação às previsões do relatório acima.



Fonte: www.pime.org.br

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