Só que dessa não se morre. Mas tudo, menos a angústia, não?
Quando o mal vem, o peito se torna estreito,
e aquele reconhecível cheiro de poeira molhada naquela coisa que
antes se chamava alma e agora não é chamada nada.
E a falta de esperança na esperança. E conformar-se sem se resignar.
Não se confessar a si próprio porque nem se tem mais o que.
Ou se tem e não se pode porque as palavras não viriam.
Não ser o que realmente se é, e não se sabe o que realmente se é,
só se sabe que não se está sendo. E então vem o desamparo de se estar vivo.
Estou falando da angústia mesmo, do mal. Porque alguma angústia faz parte:
o que é vivo, por ser vivo, se contrai.
Clarice Lispector
Fontes:
1 comentários:
oi minha amiga,
a angústia é como erva daninha,
que vai rasteiramente tomando conta do nosso jardim florido...
temos que ir arrancando aos poucos para ela não criar raiz...
beijinhos
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