Despedidas


Começo a olhar as coisas
como quem, se despedindo, se surpreende
com a singularidade
que cada coisa tem
de ser e estar.

Um beija-flor no entardecer desta montanha
a meio metro de mim, tão íntimo,
essas flores às quatro horas da tarde, tão cúmplices,
a umidade da grama na sola dos pés, as estrelas

Nada mais é gratuito, tudo é ritual.
Começo a amar as coisas
com o desprendimento que só têm
os que amando tudo o que perderam
já não mentem.


Affonso Romano de Sant'Anna

Fontes
www.escrevereprolongarotempo.blogspot.com/texto
www.cortocabeloepinto.com/imagem

2 comentários:

O Hospicio... disse...

odeio despedidas!
otio fds querida! bj da luh

Não lido muito bem com despedidas, pois não aceito percas, ausências, não gosto nada disso...
sem contar que sou uma manteiga derretida, choro sem parar, rs.
bjux