Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrãneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte, depois morreremos
de medo e sobre nossos túmulos nascerão flores AMARELAS E MEDROSAS
Carlos Drummond de Andrade
1 comentários:
Gostei muito !!!!!!!!!!!
espero que no meu tumulo não apareça flores amarelas e medrosas =x
GUDYGASYUGUYDGSAUYDUYA
bejão elainee
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