Os Versos Que Te Fiz


Deixe dizer-te os lindos versos raros

Que a minha boca tem pra te dizer !

São talhados em mármore de Paros

Cinzelados por mim pra te oferecer.


Tem dolencia de veludo caros,

São como sedas pálidas a arder...

Deixa dizer-te os lindos versos raros

Que foram feitos pra te endoidecer !


Mas, meu Amor, eu não te digo ainda...

Que a boca da mulher é sempre linda

Se dentro guarda um verso que não diz !


Amo-te tanto ! E nunca te beijei...

E nesse beijo, Amor, que eu te não dei

Guardo os versos mais lindos que te fiz.


Florbela Espanca

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Círculo Vicioso


Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
-”Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!”
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:

-”Pudesse eu copiar o transparente lume,
Que, da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela!”
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:

-”Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imortal, que toda a luz resume!”
Mas o sol, inclinando a rútila capela:

-”Pesa-me esta brilhante auréola de nume
Enfara-me esta azul e desmedida umbela
Porque não nasci eu um simples vaga-lume?”

Machado de Assis

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Desejo Amante


Elmano, de teus mimos anelante,
Elmano em te admirar, meu bem, não erra;
Incomparáveis dons tua alma encerra,
Ornam mil perfeições o teu semblante:

Granjeias sem vontade a cada instante
Claros triunfos na amorosa guerra:
Tesouro que do Céu vieste à Terra,
Não precisas dos olhos de um amante.

Oh!, se eu pudesse, Amor, oh!, se eu pudesse
Cumprir meu gosto! Se em altar sublime
Os incensos de Jove a Lília desse!

Folgara o coração quanto se oprime;
E a Razão, que os excessos aborrece,
Notando a causa, revelara o crime.


Bocage

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Biografia de Manuel Maria Barbosa du BOCAGE


Biografia

Manuel Maria Barbosa du Bocage nasceu em Setúbal, no dia 15 de Setembro de 1765. Neto de um Almirante francês que viera organizar a nossa marinha, filho do jurista José Luís Barbosa e de Mariana Lestoff du Bocage, cedo revelou a sua sensibilidade literária, que um ambiente familiar propício incentivou. Aos 16 anos assentou praça no regimento de infantaria de Setúbal e aos 18 alistou-se na Marinha, tendo feito o seu tirocínio em Lisboa e embarcado, posteriormente, para Goa, na qualidade de oficial.

Na sua rota para a Índia, em 1786, a bordo da nau "Nossa Senhora da Vida, Santo António e Madalena", passou pelo Rio de Janeiro, onde se encontrava o futuro Governador de Goa.Nesta cidade, teve oportunidade de conhecer e de impressionar a sociedade, tendo vivido na Rua das Violas, cuja localização é actualmente desconhecida.

Em Outubro de 1786, chegou finalmente ao Estado da Índia. A sua estadia neste território caracterizou-se por uma profunda desadaptação. Com efeito, o clima insalubre, a vaidade e a estreiteza cultural que aí observou, conduziram a um descontentamento que retratou em alguns sonetos de carácter satírico.

Nomeado, na qualidade de segundo Tenente, para Damão, de imediato reagiu, tendo desertado. Percorreu, então, as sete partidas do mundo: Índia, China e Macau, nomeadamente. Regressou a Portugal em Agosto de 1790. Na capital, vivenciou a boémia lisboeta, frequentou os cafés que alimentavam as ideias da revolução francesa, satirizou a sociedade estagnada portuguesa, desbaratou, por vezes, o seu imenso talento. Em 1791, publicou o seu primeiro tomo das Rimas, ao qual se seguiram ainda dois, respectivamente em 1798 e em 1804. No início da década de noventa, aderiu à "Nova Arcádia", uma associação literária, controlada por Pina Manique, que metodicamente fez implodir. Efectivamente, os seus conflitos com os poetas que a constituíam tornaram-se frequentes, sendo visíveis em inúmeros poemas cáusticos.

Em 1797, Bocage foi preso por, na sequência de uma rusga policial, lhe terem sido detectados panfletos apologistas da revolução francesa e um poema erótico e político, intitulado "Pavorosa Ilusão da Eternidade", também conhecido por "Epístola a Marília".

Encarcerado no Limoeiro, acusado de crime de lesa-majestade, moveu influências, sendo, então, entregue à Inquisição, instituição que já não possuía o poder discricionário que anteriormente tivera. Em Fevereiro de 1798, foi entregue pelo Intendente Geral das Polícias, Pina Manique, ao Convento de S. Bento e, mais tarde, ao Hospício das Necessidades, para ser "reeducado". Naquele ano foi finalmente libertado.

Em 1800, iniciou a sua tarefa de tradutor para a Tipografia Calcográfica do Arco do Cego, superiormente dirigida pelo cientista Padre José Mariano Veloso, auferindo 12.800 réis mensalmente.

A sua saúde sempre frágil, ficou cada vez mais debilitada, devido à vida pouco regrada que levara. Em 1805, com 40 anos, faleceu na Travessa de André Valente em Lisboa, perante a comoção da população em geral. Foi sepultado na Igreja das Mercês.

A literatura portuguesa perdeu, então, um dos seus mais lídimos poetas e uma personalidade plural, que, para muitas gerações, incarnou o símbolo da irreverência, da frontalidade, da luta contra o despotismo e de um humanismo integral e paradigmático.

Fonte:www.atelier.hannover2000.mct.pt

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Outra Vez



Você foi!
O maior dos meus casos
De todos os abraços
O que eu nunca esqueci
Você foi!
Dos amores que eu tive
O mais complicado
E o mais simples prá mim...

Você foi!
O melhor dos meus erros
A mais estranha história
Que alguém já escreveu
E é por essas e outras
Que a minha saudade
Faz lembrar
De tudo outra vez...

Você foi!
A mentira sincera
Brincadeira mais séria
Que me aconteceu
Você foi!
O caso mais antigo
E o amor mais amigo
Que me apareceu...

Das lembranças
Que eu trago na vida
Você é a saudade
Que eu gosto de ter
Só assim!
Sinto você bem perto de mim
Outra vez...

Me esqueci!
De tentar te esquecer
Resolvi!
Te querer, por querer
Decidi te lembrar
Quantas vezes
Eu tenha vontade
Sem nada perder...

Ah!
Você foi!
Toda a felicidade
Você foi a maldade
Que só me fez bem
Você foi!
O melhor dos meus planos
E o maior dos enganos
Que eu pude fazer...

Das lembranças
Que eu trago na vida
Você é a saudade
Que eu gosto de ter
Só assim!
Sinto você bem perto de mim
Outra vez....

Isolda

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Soneto Antigo


Responder a perguntas não respondo.
Perguntas impossíveis não pergunto.
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.

Toda a minha experiência, o meu estudo,
sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.

O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando.

Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento.

Cecília Meireles

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A Vida é Bonita


"[...] Quando criança, e depois adolescente, fui precoce em muitas coisas. Em sentir um ambiente, por exemplo, em apreender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro lado, longe de precoce, estava em incrível atraso em relação a outras coisas importantes. Continuo, aliás, atrasada em muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais.
Até mais que treze anos, por exemplo, eu estava em atraso quanto ao que os americanos chamam de fatos da vida. Essa expressão se refere à relação profunda de amor entre um homem e uma mulher, da qual nascem os filhos. [...] Depois, com o decorrer de mais tempo, em vez de me sentir escandalizada pelo modo como uma mulher e um homem se unem, passei a achar esse modo de uma grande perfeição. E também de grande delicadeza. Já então eu me transformara numa mocinha alta, pensativa, rebelde, tudo misturado a bastante selvageria e muita timidez.
Antes de me reconciliar com o processo da vida, no entanto, sofri muito, o que poderia ter sido evitado se um adulto responsável se tivesse encarregado de me contar como era o amor. [...] Porque o mais surpreendente é que, mesmo depois de saber de tudo, o mistério continuou intacto. Embora eu saiba que de uma planta brota uma flor, continuo surpreendida com os caminhos secretos da natureza. E se continuo até hoje com pudor não é porque ache vergonhoso, é por pudor apenas feminino.
Pois juro que a vida é bonita.”

Clarice Lispector

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Soneto

Amar-te – não por gozo da vaidade,
Não movido de orgulho ou de ambição,
Não à procura da felicidade,
Não por divertimento à solidão.

Amar-te – não por tua mocidade
- Risos, cores e luzes de verão -
E menos por fugir à ociosidade,
Como exercício para o coração.

Amar-te por amar-te: sem agora:
Sem amanhã, sem ontem, sem mesquinha
Esperança de amor, sem causa ou rumo.

Trazer-te incorporada vida fora,
Carne de minha carne, filha minha,
Viver do fogo em que ardo e me consumo.

Aurélio Buarque de Holanda

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Prêmio Bravo! Prime de Cultura




A categoria mais esperada da noite foi a de Artista Prime do Ano, nomeado por meio de votação popular, foi vencida pelo ator Selton Mello.


Na noite desta segunda-feira, 26, a Sala São Paulo recebeu a quinta edição do Prêmio Bravo! Prime de Cultura, que homenageou artistas dos mais diversos segmentos e teve como mestre de cerimônias Lázaro Ramos.

Entre os vencedores da noite, estava ninguém menos que Chico Buarque. Ele chegou bem próximo do início da cerimônia, se sentou na primeira fileira e aguardou o resultado do terceiro prêmio da noite, a categoria Literatura.

Pela autoria de "Leite Derramado", Chico foi o vencedor e quem esperava um discurso longo e cheio de poesia voltou para casa decepcionado. "Agradeço ao Milton Hatoum (escritor que entregou o prêmio), à revista Bravo!, aos meus editores e a todos vocês. Muito obrigado", disse ele.


Selton Mello, no entanto, não economizou palavras na hora de receber o troféu de Artista do Ano, eleito pelo voto popular. Ele concorreu com Chico Buarque, Fernanda Montenegro, Cildo Meirelles, Ferreira Gullar e Nelson Freire, e lançou frases de cada um dos candidatos quando subiu ao palco.

Muito animado, ele foi recebido por Lázaro Ramos e os dois ensaiaram uma dança. Logo em seguida, o ator iniciou o discurso. "Eu sou um homem prevenido", falou Selton logo no início enquanto sacava o papel com a "cola" do bolso. "É uma honra gigantesca estar entre pessoas que admiro tanto", finalizou, depois de recitar as frases e agradecer à família.

O ponto alto do evento foi a apresentação de Jair Rodrigues que, no alto de seus 70 anos, mostrou a disposição característica e até tirou Lázaro para cantar e dançar.


Durante a interpretação contagiante de "Disparada", Jair recebeu os cumprimentos de Chico Buarque da plateia e, ao final, convocou Lázaro Ramos para sambar e interpretar "Samba da Minha Terra". O ator ficou tímido no início, tentou fugir do palco, mas encarou o desafio e a dupla levantou o público.



Por:Odara Gallo
Fonte: www.ego.globo.com

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Hai -kais - 俳句


Haikai (俳句, Haiku ou Haicai?) é uma forma poética de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade. Os poemas têm três linhas, contendo na primeira e na última cinco letras japonesas, e sete letras na segunda linha. Em japonês, haiku são tradicionalmente impressos em uma única linha vertical, enquanto haiku em Língua Portuguesa geralmente aparecem em três linhas, em paralelo.


Haikais

Há colcha mais dura
que a lousa
da sepultura?

Na poça da rua
O vira-lata
Lambe a Lua.

Com que habilidade
Você estraga
Qualquer felicidade!

Nos dias quotidianos
É que se passam
Os anos.

O desenvolvimento cerebral
Nunca se compara
Ao abdominal.

Não é segredo.
Somos feitos de pó, vaidade,
E muito medo.

No falecimento
Lenço grande demais
Pro sentimento.

Eremita, me afundo
No deserto, pra ser
O centro do mundo.

Esnobar
É exigir café fervendo
E deixar esfriar.

Aniversário é uma festa
Pra te lembrar
Do que resta.

Olha,
Entre um pingo e outro
A chuva não molha.

Millôr Fernandes

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Alguns Trabalhos de Di Cavalcante


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Hoje fazem 33 Anos da Morte de Di Cavalcante


Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di Cavalcanti (Rio de Janeiro, 6 de setembro de 1897 — Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1976) foi um pintor, ilustrador e caricaturista brasileiro.

Di Cavalcanti era um intelectual muito bem informado sobre as vanguardas modernistas do seu tempo, interessado não só por artes plásticas, mas por outras áreas também. Por isso mesmo, em 1921, o artista fora convidado a ilustrar o livro “Balada do Cárcere de Reading”, de Oscar Wilde, um dos mais significativos escritores contemporâneos. Em 1923, Di Cavalcanti realiza viagem a Paris, freqüentando o ambiente intelectual e boêmio da época e convivendo com Picasso e Braque, entre outros, numa relação de admiração mútua. Sua experiência do contato com o cubismo, expressionismo e outras correntes artísticas inovadoras, conjugadas à consciência da sua posição de artista brasileiro, concorreram para aumentar a sua convicção no propósito de ousar e destruir velhas barreiras, colocando a arte brasileira em compasso com o que acontecia no mundo. Di Cavalcanti sabia estar no caminho certo esteticamente e a viagem a Paris só reforçou as suas certezas. Entretanto, o ambiente do pintor não era o dos boulevares de Paris: Di Cavalcanti estava impregnado dos trópicos, de uma atmosfera sensual e quente.

À sua ousadia estética e perícia técnica, marcada pela definição dos volumes, pela riqueza das cores, pela luminosidade, vem somar-se a exploração de temas ligados ao seu cotidiano, que ele percebia com vitalidade e entusiasmo. A profunda inclinação aos prazeres da carne e a vida notívaga influenciaram sobremaneira sua obra: o Brasil das telas de Di Cavalcanti é carregado de lirismo, revelando símbolos de uma brasilidade personificada em mulatas que observam a vida passar, moças sensuais, foliões e pescadores. A sensualidade é imanente à obra do pintor e os prostíbulos são uma de suas marcas temáticas, assim como o carnaval e a festa, como se o cotidiano fosse um permanente deleitar-se. A originalidade de uma cultura constituída por um caldo de referências indígenas, européias e africanas, de forma contraditória e única, transparece em suas telas através de uma luminosidade ímpar.

Marcada pela evolução constante em direção a uma técnica cada vez mais acurada, a obra de Di Cavalcanti pode ser situada numa tradição interpretativa do Brasil. Hoje, o pintor é um dos mais populares artistas brasileiros, alcançando enorme prestígio também no exterior: suas obras são disputadíssimas nos leilões internacionais, imprescindíveis a todas as coleções latino-americanas. A pintura de Di Cavalcanti representa toda uma imagem do país no mundo afora, ressaltando a sua exuberância natural e humana: é indiscutivelmente figura chave da arte brasileira. Todo o seu entendimento tem passagem obrigatória por Di Cavalcanti.


Fonte://www.pinturabrasileira.com

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Canção de Missy



Respire em mim...fundo,
Para que eu respire...e viva.
E me abrace apertado para eu dormir
suavemente segura por tudo que você dá.

Venha me beijar, vento, e tire meu fôlego
Até que você e eu sejamos um só,
E dançaremos entre os túmulos
até que toda morte se vá.

E ninguem sabe que existimos
Nos braços um do outro,
A não serAquele que soprou o hálito
Que me esconde livre do mal.

Venha me beijar, vento, e tire o meu folego
Até que eu você sejamos um só,
E dançaremos entre os túmulos
Até que toda a morte se vá.

Escrita por Missy filha de Mack do livro "A Cabana".

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Marcas do Livro A CABANA de William P. Young


“Assim como a maior parte das nossas feridas têm origem em nossos relacionamentos, o mesmo acontece com as curas, e sei que quem olha de fora não percebe essa bênção.”
“Talvez exista a supra-racionalidade: a razão além das definições normais dos fatoos ou da lógica baseada em dados. Algo que só faz sentido se você puder ver uma imagem maior da realidade. Talvez seja aí que a fé se encaixe.”

“Um pássaro não é definido por estar preso ao chão, mas por sua capacidade de voar. Lembre-se disso: os seres humanos não são definidos por suas limitações, e sim pelas intenções que Deus tem para eles.”

“O ser sempre transcede a aparência. Assim que você começa a descobrir o ser que há por trás de um rosto muito bonito ou muito feio, de acordo com seus conceitos e preconceitos, as aparências superficiais somem até simplesemente não importarem mais.”

“Muitos acreditam que é o amor que cresce, mas é o conhecimento que cresce, e o amor simplesmente se expande para contê-lo. O amor é simplesmente a pele do conhecimento.”

“Julgar não é destruir, mas consertar as coisas.”

“A escuridão esconde o verdadeiro tamanho dos medos, das mentiras e dos arrependimentos (…). A verdade é que elas são mais sombra do que realidade, por isso parecem maiores no escuro. Quando a luz brilha nos lugares onde eles vivem no seu interior, você começa a ver o que são realmente.”

“A graça não depende da existência do sofrimento, mas onde há sofrimento você encontrará a graça de inúmeras maneiras.”

“O amor verdadeiro nunca força (…). Não é da natureza do amor forçar um relacionamento, mas é da natureza do amor abrir o caminho.”

“É verdade que os relacionamentos são muito mais complicados do que as regras, mas as regras nunca vão lhe dar as respostas para as questões profundas do coração. E nunca irão amar você.”

“Perdoar não significa esquecer; significa soltar a garganta da outra pessoa.”

“O perdão não exige de modo algum que você confie naquele a quem perdoou. Mas, caso essa pessoa finalmente confesse e se arrependa, você descobrirá em seu coração um milagre que irá lhe permitir estender a mão e começar a construir uma ponte de reconciliação entre os dois. Algumas vezes (…) pode até mesmo chegar ao milagre da confiança totalmente restaurada.”

“Jamais desconsidere a maravilha de suas lágrimas. Elas podem ser águas curativas e uma fonte de alegria. Algumas vezes são as melhores palavras que o coração pode falar.”

"...- As mentiras são uma pequena fortaleza onde você podese sentir seguro e poderosso. Dentro de uma pequena fortaleza de mentiras você tenta governar a sua vida e manipular os outros. Mas a fortaleza precisa de muros, por isso você constrói alguns. Os muros são justificativas para suas mentiras.Você sabe, como se estivesse fazendo isto para proger alguem que você ama ou pra impedir que esta pessoa sinta dor. Qualquer coisa que funcione para que você se sinta bem com as mentiras."

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Onde Acharei Lugar tão Apartado


Onde acharei lugar tão apartado
E tão isento em tudo da ventura,
Que, não digo eu de humana criatura,
Mas nem de feras seja freqüentado?

Algum bosque medonho e carregado,
Ou selva solitária, triste e escura,
Sem fonte clara ou plácida verdura,
Enfim, lugar conforme a meu cuidado?

Porque ali, nas entranhas dos penedos,
Em vida morto, sepultado em vida,
Me queixe copiosa e livremente;

Que, pois a minha pena é sem medida,
Ali triste serei em dias ledos
E dias tristes me farão contente.

Luís Vaz de Camões

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Sólo Porque me Amaste


No canto sino porque me amaste
en los años pasados.
Y ya con el sol, con presentimientos de verano,
ya con lluvia y con nieves,
no canto sino porque me amaste.
Sólo porque me tuviste entre tus brazos
una noche y en los labios me besaste,
sólo por eso soy hermosa como un lirio siempre abierto
y aún conservo un temblor en mi alma
sólo porque me tuviste entre tus brazos.
Sólo porque tus ojos me miraron
con el alma en la mirada,
orgullosa me adorné con la corona
más excelsa de mi existencia;
sólo porque tus ojos me miraron.
Sólo porque me amaste he nacido,
por esto se dio mi vida;
en el triste vivir no realizado
mi vida se cumplió.
Sólo porque me amaste he nacido.
Sólo porque tan bellamente me amaste
viví para multiplicar
mis sueños, amado mío, que cual astro te pusiste.
Y así en tal dulzura muero
sólo porque tan bellamente me amaste.

Marias Polydouri


Fonte:www.once-upon-a-midnight-dreary2.blogspot.com/

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Algumas Obras de Pablo Picasso


Fonte:Google.com

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Hoje Fazem 28 Anos da Morte do Pintor Espanhol Pablo Picasso


A começar pelo estranhíssimo nome de registro, Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Martyr Patricio Clito, depois acrescidos de Ruíz y Picasso, derivados do pai e da mãe, ou simplesmente Pablo Picasso foi um dos artistas mais polêmicos e influentes da história da arte do século 20. Filho de Maria Picasso y Lopez e de José Ruiz y Blasco, também pintor naturalista, professor de arte na escola San Telmo de Málaga, especialista em retratar pássaros. Picasso nasceu do seio de uma família de classe média e de sua mãe pouco se sabe, a não ser o que está retratado no terno retrato dela feito por Picasso em 1923. Teve duas irmãs.

Começou a se interessar pela arte aos sete de idade, época que desenhava a lápis e recebia orientações de seu pai, que foi seu primeiro professor e o introduziu no uso da pintura a óleo.

Quando tinha 10 anos, sua família mudou-se para La Coruña e seu pai empregou-se como professor de arte em uma escola local, por 4 anos. Conta-se que José Ruiz ficou especialmente impressionado nessa época, quando se deparou com uma pintura inacabada de Picasso sobre o esboço de um pombo que fizera e considerou que este já o superava em talento, com 13 anos de idade.

Em 1895 a família mudou-se novamente, desta vez para Barcelona e Picasso se matriculou na Academia La Lonja. Nessa época foi exposta a primeira tela a óleo de sua autoria, em grandes dimensões (166 x 118 cm, Museu Picasso, Barcelona), denominada, "A Primeira Comunhão", de linhagem acadêmica, onde a modelo é Lola, sua irmã.

Em 1897 seu pai decidiu que deveria investir seriamente na carreira de pintor e o enviou a Madrid. Matriculou-se na Academia São Fernando, mas aí não ficou muito tempo, para desgosto de seu pai. Picasso considerava as orientações da academia muito conservadoras para o que pretendia e a abandona, mas aproveitou o seu tempo para constantes visitas ao Museu do Prado, especialmente para conhecer melhor as obras de El Greco, pintor maneirista, do final do Renascimento.

Inicialmente Picasso assinava as sua obras como "Pablo Ruiz Picasso", depois como "Pablo R. Picasso" e finalmente só "Picasso". Essa última maneira de assinar fez com que psicanalistas analisassem como sendo uma rejeição à figura paterna. Na realidade, ele passou a assinar pelo nome que era mais conhecido e chamado pelos amigos.

Nessa passagem por Madri, adoeceu de escarlatina e tem recomendação médica de ir para um lugar mais calmo a fim de se recuperar. Assim, voltou a Barcelona, e em seguida parte para um lugar chamado Horta de Sant Joan, onde tomou contato com a natureza primitiva e com as raízes espanholas. Mas aí também não ficou muito tempo e retornou a Barcelona, em 1899, e passou a freqüentar os cafés onde se reuniam os artistas locais e a ter uma consciência política através da ideologia anarquista e da observação da pobreza reinante nos bairros pobres da cidade. Esse chamado "caldo cultural" começou a fazer parte da sua obra desse período que ainda não tinha se definido como um estilo próprio, que logo iria aparecer após sua visita a Paris.

Em 1900 viajou a Paris com o amigo e pintor Carlos Casagemas que conhecia das noitadas nos cafés de Barcelona. O motivo dessa viagem foi uma visita à Exposição Universal que exibia uma obra sua, chamada "Últimos Momentos".

Fonte:www.educacao.uol.com.br

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A Palavra Mágica


Certa palavra dorme na sombra
de um livro raro.
Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.
Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
não desanimo,
procuro sempre.
Procuro sempre, e minha procura
ficará sendo
minha palavra.

Carlos Drummond de Andrade

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Janis Joplin - Piece Of My Heart




Oh, come on, come on, come on, come on!

Didn’t I make you feel like you were the only man —yeah!
Didn’t I give you nearly everything that a woman possibly can ?
Honey, you know I did!
And each time I tell myself that I, well I think I’ve had enough,
But I’m gonna show you, baby, that a woman can be tough.

I want you to come on, come on, come on, come on and take it,
Take it!
Take another little piece of my heart now, baby!
Oh, oh, break it!
Break another little bit of my heart now, darling, yeah, yeah,yeah.
Oh, oh, have a!
Have another little piece of my heart now, baby,
You know you got it if it makes you feel good,
Oh, yes indeed.

You’re out on the streets looking good,
And baby deep down in your heart I guess you know that it ain’t right,
Never, never, never, never, never, never hear me when I cry at night,
Babe, I cry all the time!
And each time I tell myself that I, well I can’t stand the pain,
But when you hold me in your arms, I’ll sing it once again.

I’ll say come on, come on, come on, come on and take it!
Take it!
Take another little piece of my heart now, baby.
Oh, oh, break it!
Break another little bit of my heart now, darling, yeah,
Oh, oh, have a!
Have another little piece of my heart now, baby,
You know you got it, child, if it makes you feel good.

I need you to come on, come on, come on, come on and take it,
Take it!
Take another little piece of my heart now, baby!
oh, oh, break it!
Break another little bit of my heart, now darling, yeah, c’monnow.
oh, oh, have a
Have another little piece of my heart now, baby.
You know you got it —whoahhhhh!!

Take it!
Take it! Take another little piece of my heart now, baby,
Oh, oh, break it!
Break another little bit of my heart, now darling, yeah, yeah,yeah, yeah,
Oh, oh, have a
Have another little piece of my heart now, baby, hey,
You know you got it, child, if it makes you feel good.

Jerry Ragovoy / Bert Berns

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Algumas Frases da Grande Cantora Janis Joplin


"Todo mundo já esteve apaixonado e foi abandonado, e todo mundo já teve alguém que amou de verdade e que não foi capaz de amar. E isso é dor e é sofrimento, e é dessas coisas que eu falo quando canto, preciso acreditar nas palavras senão não consigo cantar. E lá estou eu expondo a minha alma, meus sentimentos, tudo o que tenho por dentro, e se olho a platéia e eles não estão entendendo, é como um soco na cara."


"Nunca fui capaz de controlar meus sentimentos, mantê-los lá dentro. Antes, isso estragava a minha vida, sempre fui uma vítima de mim mesma. Eu vazia coisas erradas, fugia, ficava maluca. Agora faço esse sentimento trabalhar para mim, através da música, ao invés de me destruir."

"Eu trocaria todos os meus amanhãs por um único ontem."

"Minha música é sobre o sofrimento, sua vigência. Sua presença."

"Se você não quer nada, não se conforma, você não sente dor, sofrimento. Blues é querer uma coisa que você não tem."

"Algumas vezes a música é a única forma de melhorar a vida! "

"Vivo para o momento das apresentações, cheia de emoção e excitação, como esperando por alguém a vida toda."

"Largue-se e você será muito mais do que jamais sonhou ser. "

"Posso não durar tanto quanto as outras cantoras, mas sei que posso destruir-me agora se me preocupar demais com o amanhã."

Janis Joplin

Fonte:www.frasesfamosas.com.br

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Lá Quando a Tua Voz deu Ser ao Nada



Lá quando a Tua voz deu ser ao nada,
Frágil criaste, ó Deus, a Natureza;
Quiseste que aos encantos da beleza
Amorosa paixão fosse ligada.

Às vezes em seus desgostos desmandada,
Nos excessos desliza-se a fraqueza:
Fingem-Te então com ímpeto, e braveza
Erguendo contra nós a destra armada.

Ó almas sem acordo, e sem brandura,
Falsos órgãos do Eterno! Ah!… Profanai-O,
Dando-Lhe condição tirana e dura!

Trovejai, que eu não tremo e não desmaio;
Se um Deus fulmina os erros da ternura,
Uma lágrima só Lhe apaga o raio.

Bocage

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Selinho Presente de Debora


Ganhei este selinho "Amigas blogueiras queridas" da blogueira mais simpática que conheço, pena que mora em Israel e fica bastante longe do Brasil, Debora do Blog Doce Vid@ Dura. Adoro seus Blogs  vejo sempre os três Sonhos e Design@ndo e ir lá é sempre um expetáculo! Vocês precisam conhecer!!!!!

Como todos Selos tem Regras:


Responder as Seguintes Perguntas:

Você ama? Muito minha família e meu cachorrinho

Você adora? Viajar, passar fim de semana viajando;

Você deseja? Ser FELIZ;


Você sonha? Conhecer LONDON;

Você é? Alguém a procura da FELICIDADE.

Indico este Selinho para: Jacyra, Mirtes, Dalva, Carolina e Prazeres.

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Amor e Medo


Quando eu te vejo e me desvio cauto
Da luz de fogo que te cerca, ó bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
-”Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!”

Como te enganas! meu amor é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco…
És bela – eu moço; tens amor, eu – medo…

Tenho medo de mim, de ti, de tudo,
Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes.
Das folhas secas, do chorar das fontes,
Das horas longas a correr velozes.

O véu da noite me atormenta em dores
A luz da aurora me enternece os seios,
E ao vento fresco do cair das tardes,
Eu me estremeço de cruéis receios.

É que esse vento que na várzea – ao longe,
Do colmo o fumo caprichoso ondeia,
Soprando um dia tornaria incêndio
A chama viva que teu riso ateia!

Ai! se abrasado crepitasse o cedro,
Cedendo ao raio que a tormenta envia:
Diz: – que seria da plantinha humilde,
Que à sombra dela tão feliz crescia?

A labareda que se enrosca ao tronco
Torrara a planta qual queimara o galho
E a pobre nunca reviver pudera.
Chovesse embora paternal orvalho!

Ai! se te visse no calor da sesta,
A mão tremente no calor das tuas,
Amarrotado o teu vestido branco,
Soltos cabelos nas espáduas nuas!…

Ai! se eu te visse, Madalena pura,
Sobre o veludo reclinada a meio,
Olhos cerrados na volúpia doce,
Os braços frouxos – palpitante o seio!…

Ai! se eu te visse em languidez sublime,
Na face as rosas virginais do pejo,
Trêmula a fala, a protestar baixinho…
Vermelha a boca, soluçando um beijo!…

Diz: – que seria da pureza de anjo,
Das vestes alvas, do candor das asas?
Tu te queimaras, a pisar descalça,
Criança louca – sobre um chão de brasas!

No fogo vivo eu me abrasara inteiro!
Ébrio e sedento na fugaz vertigem,
Vil, machucara com meu dedo impuro
As pobres flores da grinalda virgem!

Vampiro infame, eu sorveria em beijos
Toda a inocência que teu lábio encerra,
E tu serias no lascivo abraço,
Anjo enlodado nos pauis da terra.

Depois… desperta no febril delírio,
- Olhos pisados – como um vão lamento,
Tu perguntaras: que é da minha coroa?…
Eu te diria: desfolhou-a o vento!…

Oh! não me chames coração de gelo!
Bem vês: traí-me no fatal segredo.
Se de ti fujo é que te adoro e muito!
És bela – eu moço; tens amor, eu – medo!…


Casimiro de Abreu

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Solo de Clarineta


O meu amigo mais íntimo é o sujeito que vejo todas as manhãs no espelho do quarto de banho, à hora onírica em que passo pelo rosto o aparelho de barbear. Estabelecemos diálogos mudos, numa linguagem misteriosa feita de imagens, ecos de vozes, alheias ou nossas, antigas ou recentes, relâmpagos súbitos que iluminam faces e fatos remotos ou próximos, nos corredores do passado – e às vezes, inexplicavelmente, do futuro – enfim, uma conversa que, quando analisamos os sonhos da noite, parece processar-se fora do tempo e do espaço. Surpreendo-me quase sempre em perfeito acordo com o que o Outro diz ou pensa. Sinto, no entanto, um pálido e acanhado desconforto por saber que existe no mundo alguém que conhece tão bem os meus segredos e fraquezas, uns olhos assim tão familiarizados com a minha nudez de corpo e espírito. Talvez seja por isso que com certa freqüência entramos em conflito. Mas a ridícula e bela verdade é que no fundo, bem feitas as contas, nós nos queremos um grande bem. Estamos habituados um ao outro. Envelhecemos juntos. A face do Outro é o meu calendário implacável. “Os cabelos te fogem, homem” – murmuro-lhe às vezes – “Tuas carnes se tornas flácidas. Vejo a escrita do tempo no pergaminho do teu rosto”. – “E como imaginas que estás?” – replica o meu reflexo. Acabamos consolando-nos mutuamente com a idéia de que conservamos a mocidade de espírito. Mas até onde isso é verdade? Encolhemos os ombros e passamos a outras considerações e devaneios, enquanto o barbeador elétrico zumbe, e o incansável calígrafo invisível continua no seu sutil trabalho de amanuense da Morte.

Erico Lopes Verissimo

Autobiografia: Solo de Clarineta – Memórias (1º volume) 1973

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De Longe te Hei de Amar


De longe te hei de amar,
- da tranqüila distância
em que o amor é saudade
e o desejo, constância.

Do divino lugar
onde o bem da existência
é ser eternidade
é parecer ausência.

Quem precisa explicar
o momento e a fragrância
da Rosa, que persuade
sem nenhuma arrogância?

E, no fundo do mar,
a estrela, sem violência,
cumpre a sua verdade,
alheia à transparência.

Cecília Meireles

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Bandas & bandas


Vejo pesquisa feita durante as festas de fim-de-ano sobre a melhor banda existente no mundo e no Brasil. Praticamente, não houve duas opiniões iguais. Caras legais e caretas, gente pobre, gente rica, todos tinham preferências em bases radicais, não admitiam concorrência, escolhiam determinada banda e amaldiçoavam as outras, eliminando fisicamente as demais.

Confesso (desnecessariamente) que não conhecia a maioria das bandas citadas. Mas me admirei que ninguém citasse a única banda que é banda incontestavelmente, a Banda dos Fuzileiros Navais (reconheço que esta é forte, mas que fazer?)

Excetuando os dobrados militares, que trazem péssima recordação dos tempos totalitários, o repertório é quadrado mas vai fundo no osso, com os sucessos de ontem certamente, mas que amanhã continuarão sendo lembrados e tocados.

Inclusive "A banda", do Chico Buarque, que foi o chute inicial de sua carreira. Que nada mais é do que uma homenagem às bandas que passavam e havia alguém a toa na vida para ver a banda passar.

O conceito de banda mudou, o repertório também. Um repertório elástico, que funciona como um fósforo que se risca, ilumina por um momento, pode até transmitir sua chama a uma vela mais duradoura, e de uma vela acender outras, milhares de chamas clareando a vida e o mundo de forma permanente.

Na alternativa, um fósforo aceso pode botar fogo numa casa, numa rua, numa cidade. Mas depois acaba como um fósforo queimado --uma das metáforas mais usadas para expressar a inutilidade de uma coisa ou causa.

Qualquer banda, esta ou aquela, das centenas que surgem todos os dias e em todas as partes, cumprem sua função de fósforo, valem enquanto estão acesas, iluminando um mundo que, sem elas, seria mais triste e escuro.

Carlos Heitor Cony


Fonte:www1.folha.uol.com.br

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Eclipse


Uma manhã o sol

Não apareceu.

Seus raios de luz

Foram ofuscados

Por uma neblina

E o tempo ficou sem graça.

Era Primavera

E as flores

Perderam o brilho

E as cores.

O dia ficou triste

Os pássaros emudeceram

As borboletas desapareceram

E os olhos pararam

De brilhar.

Eis que então

Uma força maior

Da Deusa da noite

Resolveu intervir.

E a Lua prateada

Senhora das madrugadas

Faria o Sol

Novamente sorrir.

E num momento mágico

De amor desigual,

Se uniram dois astros

No eclipse total.

E a energia da Lua

Tomou conta do Sol,

Renovando as forças

Neste momento maior

Foi imensa a magia

Que fez o sol

Novamente brilhar,

Para clarear novos dias

E à Lua

Sempre amar...



Ruben Alves Vieira

Fonte:www.florijane.com

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Vaidade


Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo…
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho… E não sou nada!…

Florbela Espanca

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Para que Sejamos Necessários


Transfere de ti para mim essa dor
de cabeça, esse desejo, essa violência.
Que careça em ti o meu excesso
e que me falte o que tu tens de sobra.

Que em mim perdure o que te morre cedo
e que te permaneça o que tenho perdido.
Que cresça, se desenvolva um teu sentido
que em mim desapareça.

Dá-me o que de possuir tu não te importas
e eu multiplico o que te falta e em mim existe
para que nosso encaixe forme uma unidade -indivisível-
que não se possa subtrair uma metade.

(in Bruna Lombardi, No ritmo dessa festa)

Bruna Lombardi

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No turbilhão


No meu sonho desfilam as visões,
Espectros dos meus próprios pensamentos,
Como um bando levado pelos ventos,
arrebatado em vastos turbillhões…

Num espiral, de estranhas contorções,
E donde saem gritos e lamentos,
Vejo-os passar, em grupos nevoentos,
Distingo-lhes, a espaços, as feições…

- Fantasmas de mim mesmo e da minha alma,
Que me fitais com formidável calma,
Levados na onda turva do escarcéu,

Quem sois vós, meus irmãos e meus algozes?
Quem sois, visões misérrimas e atrozes?
Ai de mim! ai de mim! e quem sou eu?!…

Antero de Quental

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O Sobrevivente


Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade.
Impossível escrever um poema – uma linha que seja – de verdadeira poesia.
O último trovador morreu em 1914.
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.

Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
Paletós abotoam-se por eletricidade.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.

Um sábio declarou a O Jornal que ainda falta muito para atingirmos um nível razoável de cultura.
Mas até lá, felizmente, estarei morto.

Os homens não melhoram e matam-se como percevejos.
Os percevejos heróicos renascem.
Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio.

(Desconfio que escrevi um poema.)


Carlos Drummond de Andrade

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Hoje o BLOG DAY BY DAY Completa um Ano!


Hoje 19 de outubro de 2009 meu Blog DAY BY DAY completa um ano de sua volta. Para mim uma felicidade, porque este ano que passou tão depressa fiz muitas amizades, desabafei bastante, lembrei do passado, me informei do presente e me preparei para o futuro!
Chorei muito com saudades de amigos que não estão mais aqui e fique muito feliz por conhecer outros. Fiz amigos de verdade apesar de virtuais, estão sempre a me dar conselhos na hora que preciso, conheci alguns pessoalmente, ri muito com posts interresantes!!
Tenho seis blogs com temas diferentes, mais sempre digo que este é o BLOG que mais amo, amenina de meus olhos!

Para comemorar esta data vou sorrir bastante de felicidade coisa que não façoa alguns meses!

Só me resta agradecer a cada um de vocês pela participação efetiva aqui pois sempre sinto a presença de vocês aqui e assim me estimulo a postar cada vez mais!

Quero agradecer a minha filha Isadora por  me ajudar sempre que preciso e por ter me colocado no mundo da  blogosfera lugar de onde não pretendo sair!

Um bela semana a todos!

Um grande beijo!

Da amiga Virtual mais que ama todos vocês!!

Elaine

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Quem Diz que o Amor é Falso


Quem diz que Amor é falso ou enganoso,
ligeiro, ingrato, vão, desconhecido,
Sem falta lhe terá bem merecido
Que lhe seja cruel ou rigoroso.

Amor é brando, é doce e é piedoso;
Quem o contrário diz não seja crido:
Seja por cego e apaixonado tido,
E aos homens e inda aos deuses odioso.

Se males faz Amor, em mim se vêem;
Em mim mostrando todo o seu rigor,
Ao mundo quis mostrar quanto podia.

Mas todas suas iras são de amor;
Todos estes seus males são um bem,
Que eu por todo outro bem não trocaria.

Luís Vaz de Camões

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Poesia Matemática



Às folhas tantas
Do livro matemático
Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base,
Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo otogonal, seios esferóides.
Fez da sua
Uma vida
Paralela a dela
Até que se encontraram
No Infinito.
“Quem és tu?” indagou ele
Com ânsia radical.
“Sou a soma dos quadrados dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa.”
E de falarem descobriram que eram
- O que, em aritmética, corresponde
A almas irmãs -
Primos-entre-si.
E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Retas, curvas, círculos e linhas sinoidais.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclideanas
E os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E, enfim, resolveram se casar
Constituir um lar.
Mais que um lar,
Uma perpendicular.

Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade
Integral
E diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
Muito engraçadinhos
E foram felizes
Até aquele dia
Em que tudo, afinal,
Vira monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
Freqüentador de Círculos Concêntricos.
Viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.
Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um Todo,
Uma Unidade. Era o Triângulo,
Tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era a fração
Mais ordinária.
Mas foi então que o Einstein descobriu a Relatividade
E tudo que era expúrio passou a ser
Moralidade
Como, aliás, em qualquer
Sociedade.

Millôr Fernandes

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Vida Obscura



Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
ó ser humilde entre os humildes seres.
Embriagado, tonto dos prazeres,
o mundo para ti foi negro e duro

Atravessaste no silêncio escuro
a vida presa a trágicos deveres
e chegaste ao saber de altos saberes
tornando-te mais simples e mais puro.

Ninguém te viu o sentimento inquieto,
magoado, oculto e aterrador, secreto,
que o coração te apunhalou no mundo.

Mas eu que sempre te segui os passos
sei que cruz infernal prendeu-te os braços,
e o teu suspiro como foi profundo!

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Que absurdo!!


Polícia prende jovem que enrolou gata em fita adesiva nos EUA

O norte-americano James Davis, de 19 anos, foi preso por policiais neste domingo 27 de setembro ultimo,  na Filadélfia, nos Estados Unidos, acusado de crueldade contra animais por ter enrolado fita adesiva em uma gata.

O felino foi encontrado no dia 22 de setembro,  enrolado com fita adesiva, das patas ao pescoço, em uma praça na Filadélfia.

Levado à sociedade protetora dos animais do estado da Pensilvânia, o animal teve a fita retirada do pelo e passa bem.

Na ocasião, panfletos tinham sido distribuídos na região onde a gata foi encontrada, e uma recompensa de US$ 1 mil (cerca de R$ 1,8 mil) havia sido oferecida.



"Enquanto o homem continuar a ser destruidor impiedoso dos seres animados dos planos inferiores, não conhecerá a saúde nem a paz. Enquanto os homens massacrarem os animais, eles se matarão uns aos outros. Aquele que semeia a morte e o sofrimento não pode colher a alegria e o amor." - Pythagoras



Fonte:www./blogs.jovempan.uol.com.br

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Olha


Olha você tem todas as coisas
Que um dia eu sonhei prá mim
A cabeça cheia de problemas
Não me importo, eu gosto mesmo assim
Tem os olhos cheios de esperança
De uma cor que mais ninguém possui
Me traz meu passado e as lembranças
Coisas que eu quis ser e não fui
Olha você vive tão distante
Muito além do que eu posso ter
E eu que sempre fui tão inconstante
Te juro, meu amor, agora é prá valer
Olha, vem comigo aonde eu for
Seja meu amante e meu amor
Vem seguir comigo o meu caminho
E viver a vida só de amor

Roberto Carlos - Erasmo Carlos

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Caos

Há um momento na vida
de terror definitivo,
de fracasso tremendo,
de sangrar a ferida.
Nada rende,
não há remendo,
nem consolo,
nem saída;
luta perdida.
A lágrima não significa,
o amor cruza os braços,
a saudade diz que vai,
e fica.

Ivone Boechat

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Hoje é o Dia do Aniversário de Rita Hayworth



Nome: Margarita Carmen Dolores Cansino
Nascimento: 17/10/1918, Brooklyn, NY
Morte: 14/05/1987, mal de alzheimer
Ocupação: atriz
Nacionalidade: Americana
Casamentos: Edward C. Judson, Orson Welles, Prince Aly Khan, James Hill
Filhos: Rebecca Welle e Yasmin Khan


Biografia:


Rita Hayworth nasceu em 1918, em Nova York, descendente de espanhóis. Estreou como dançarina aos 12 anos, em um night club. Durante toda a sua adolescência, apresentou-se em diversos bares e cassinos na fronteira dos Estados Unidos com o México. Em 1935 ela assinou contrato com a FOX, onde fez inicialmente pequenos papéis atuando em mais de 25 filmes. “Paraíso Infernal” (1939) foi seu primeiro grande sucesso. Fez ainda “Sangue e areia”, refilmagem do clássico de Rodolfo Valentino, “Ao compasso do amor”, de 1941. Em seguida, partiu para a Columbia, trocando seu nome de Rita Mansino para Rita Hayworth. Lá estrelou filmes como Only Angels have Wings, The Strawberry Blonde (com James Cagney) e Blood and Sand (com Tyrone Power), todos realizados entre 1939 e 1941. Dançou com os dois maiores dançarinos de Hollywood, Gene Kelly e Fred Astaire. Sua imagem de mulher fatal consolidou-se no filme Gilda (1946), onde aparece sensualmente dançando e cantando (dublada). A ruiva Rita mudou radicalmente sua imagem ao se transformar em uma loira e cortar os cabelos curtinhos para o filme “A dama de shangai”, de Orson Welles (seu segundo marido). Seu ultimo filme foi A cólera de Deus, de 1972. Faleceu em decorrência do Mal de Alzheimer, em 1987, pouco antes de fazer 69 anos.

Fonte:www.cinemaclassico.com

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Meu Grito

Eu posso, sei que posso,
por isso eu vou,
amordaçada, sacrificada,
até calada, sem medo.
Vou sem segredo,
na certeza de ser melhor,
não reclamo,
não tenho nada pra desculpar,
corro na certa, de peito aberto,
retorno sempre que precisar.
Sou como as nuvens,
formo imagens
que se apagam nas ilusões,
grito socorro,
dou mãos ao mundo,
me agasalho
nos teus verões.

Ivone Boechat

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162 Anos de Nascimento de Chiquinha Gonzaga Compositora, Regente e Instrumentista


Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga, (Rio de Janeiro, 17 de outubro de 1847 — Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1935) foi uma compositora, pianista e regente brasileira.


Biografia:


Filha de uma mulata e de um militar de família abastada, Francisca Edwiges Gonzaga nasceu na época da escravidão e foi educada para ser uma dama. Enfrentou forte preconceito pois sua postura a colocava à frente de seu tempo, no entanto realizou seu desejo de tornar-se compositora. Revolucionou os costumes e a música popular da época. Lutou pelo respeito aos direitos autorais; freqüentou a vida boêmia tocando piano em grupos de choro, bailes e teatros, enquanto as mulheres daquele tempo ficavam em casa, cuidando da vida doméstica; introduziu o violão, instrumento até então considerado de malandro, nos salões do Rio de Janeiro; foi a primeira mulher a reger uma orquestra no país; e compôs a primeira música de carnaval, a marcha Ô Abre Alas (1899), que se tornou o seu maior sucesso e é tocada até hoje nos bailes carnavalescos do país. Chiquinha Gonzaga cresceu ao som de polcas, maxixes, valsas e modinhas. Casou-se aos 16 anos, separando-se dois anos depois. Com o filho ainda no colo, foi recebida pelo meio musical carioca. Sua primeira composição de sucesso foi a polca Atraente, de 1877, feita quando era integrante do conjunto Choro Carioca, no qual foi introduzida pelo flautista Antônio da Silva Calado. Editada na véspera do carnaval, a música agradou ao público e levou suas composições populares para dentro dos salões cariocas. Em 1880, escreveu e musicou o libreto Festa de São João, que manteve inédito. Em 1885 estreou como maestrina em parceria com Palhares Ribeiro, compondo a opereta em um ato A Corte na Roça. Compôs ainda A Filha de Guedes (1885), O Bilontra e a Mulher-Homem (1886), O Maxixe na Cidade Nova (1886) e O Zé Caipora (1887), entre 2 mil composições.

Fonte:www.netsaber.com.br

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