Vimos a Lua

Vimos a lua nascer, na tarde clara.

Orvalhavam diamantes, as tranças aéreas das ondas
E as janelas abriam-se para florestas cheias de cigarras.

Vimos também a nuvem nascer no fim do oeste.
Ninguém lhe dava importância.
Parece uma pena solta – diziam.
Uma flor desfolhada.

Vimos a lua nascer, na tarde clara.
Subia com seu diadema transparente,
Vagarosa, suportando tanta glória.

Mas a nuvem pequena corria veloz pelo céu.
Reuniu exércitos de lã parda,
Levantou por todos os lados o alvoroto da sombra.

Quando quisemos outra vez o luar,
Ouvimos a chuva precipitar-se nas vidraças,
E a floresta debater-se com o vento.

Por detrás das nuvens, porém,
Sabíamos que durava, gloriosa e intacta, a lua.


Cecília Meireles

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Não sei quem sou





Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."


Fernando Pessoa

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Poetas




Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.

Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!

Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender por poetas

E eu arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma para sentir
A dos poetas também!

Florbela Espanca

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Mil Posts




Bem, esta será a minha MILÉSIMA POSTAGEM, nunca pensei em postar tanto, em ter tanto para colocar neste local que amo estar. Este blog é a menina dos meus olhos, não que não goste dos outros, mais nele tenho liberdade de postar o que quiser.
Ainda vou a Londres, é o desejo que tenho e ainda não realizei, espero ir o mais rápido possível, e estar aqui é como estar lá, parece estranho mais me sinto desta forma!
Fiz muitos amigos neste blog alguns sumiram outros surgiram, alguns conheci pessoalmente. Mais amo a blogosfera e tudo o que ela traz de bom.
No próximo mês este blog completa um ano que voltei e fico feliz com tudo de bom que ele me trouxe neste último ano.
Quero continuar postando e continuar feliz a cada postagem que faço, não comento sempre porque me falta tempo e saúde algumas vezes para isto! Mais sempre que posso visito todos que me acompanham neste mundo virtual chamado BLOGOSFERA!

Elaine

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Tô Só


Vamo brincá de ficá bestando e fazê um cafuné no outro e sonhá que a gente enricô e fomos todos morar nos Alpes Suíços e tamo lá só enchendo a cara e só zoiando? Vamo brincá que o Brasil deu certo e que todo mundo tá mijando a céu aberto, num festival de povão e dotô? Vamo brincá que a peste passô, que o HIV foi bombardeado com beagacês, e que tá todo mundo de novo namorando? Vamo brincá de morrê, porque a gente não morre mais e tamo sentindo saudade até de adoecê? E há escola e comida pra todos e há dentes na boca das gentes e dentes a mais, até nos pentes? E que os humanos não comem mais os animais, e há leões lambendo os pés dos bebês e leoas babás? E que a alma é de uma terceira matéria, uma quântica quimera, e alguém lá no céu descobriu que a gente não vai mais pro beleléu? E que não há mais carros, só asas e barcos, e que a poesia viceja e grassa como grama (como diz o abade), e é porreta ser poeta no Planeta? Vamo brincá

de teta

de azul

de berimbau

de doutora em letras?

E de luar? Que é aquilo de vestir um véu todo irisado e rodar, rodar...

Vamo brincá de pinel? Que é isso de ficá loco e cortá a garganta dos otro?

Vamo brincá de ninho? E de poesia de amor?

nave

ave

moinho

e tudo mais serei

para que seja leve

meu passo

em vosso caminho.*

Vamo brincá de autista? Que é isso de se fechá no mundão de gente e nunca mais ser cronista? Bom-dia, leitor. Tô brincando de ilha.


Hilda Hilst

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Eu


Até agora eu não me conhecia,
julgava que era Eu e eu não era
Aquela que em meus versos descrevera
Tão clara como a fonte e como o dia.

Mas que eu não era Eu não o sabia
mesmo que o soubesse, o não dissera…
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim… e não me via!

Andava a procurar-me - pobre louca!-
E achei o meu olhar no teu olhar,
E a minha boca sobre a tua boca!

E esta ânsia de viver, que nada acalma,
E a chama da tua alma a esbrasear
As apagadas cinzas da minha alma!

Florbela Espanca

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O Adeus


No oitavo dia sentimos que tudo conspirava contra nós. Que importa a uma grande cidade que haja um apartamento fechado em alguns de seus milhares de edifícios; que importa que lá dentro não haja ninguém, ou que um homem e uma mulher ali estejam, pálidos, se movendo na penumbra como dentro de um sonho?

Entretanto a cidade, que durante uns dois ou três dias parecia nos haver esquecido, voltava subitamente a atacar. O telefone tocava, batia dez, quinze vezes, calava-se alguns minutos, voltava a chamar; e assim três, quatro vezes sucessivas.

Alguém vinha e apertava a campainha; esperava; apertava outra vez; experimentava a maçaneta da porta; batia com os nós dos dedos, cada vez mais forte, como se tivesse certeza de que havia alguém lá dentro. Ficávamos quietos, abraçados, até que o desconhecido se afastasse, voltasse para a rua, para a sua vida, nos deixasse em nossa felicidade que fluía num encantamento constante.

Eu sentia dentro de mim, doce, essa espécie de saturação boa, como um veneno que tonteia, como se meus cabelos já tivessem o cheiro de seus cabelos, se o cheiro de sua pele tivesse entrado na minha. Nossos corpos tinham chegado a um entendimento que era além do amor, eles tendiam a se parecer no mesmo repetido jogo lânguido, e uma vez, que, sentado, de frente para a janela por onde se filtrava um eco pálido de luz, eu a contemplava tão pura e nua, ela disse: "Meu Deus, seus olhos estão esverdeando":

Nossas palavras baixas eram murmuradas pela mesma voz, nossos gestos eram parecidos e integrados, como se o amor fosse um longo ensaio para que um movimento chamasse outro: inconscientemente compúnhamos esse jogo de um ritmo imperceptível, como um lento bailado.spacca_braga2.jpg (17305 bytes)

Mas naquela manhã ela se sentiu tonta, e senti também minha fraqueza; resolvi sair, era preciso dar uma escapada para obter víveres; vesti-me lentamente, calcei os sapatos como quem faz algo de estranho; que horas seriam?

Quando cheguei à rua e olhei, com um vago temor, um sol extraordinariamente claro me bateu nos olhos, na cara, desceu pela minha roupa, senti vagamente que aquecia meus sapatos. Fiquei um instante parado, encostado à parede, olhando aquele movimento sem sentido, aquelas pessoas e veículos irreais que se cruzavam; tive uma tonteira, e uma sensação dolorosa no estômago.

Havia um grande caminhão vendendo uvas, pequenas uvas escuras; comprei cinco quilos. O homem fez um grande embrulho de jornal; voltei, carregando aquele embrulho de encontro ao peito, como se fosse a minha salvação.

E levei dois, três minutos, na sala de janelas absurdamente abertas, diante de um desconhecido, para compreender que o milagre acabara; alguém viera e batera à porta, e ela abrira pensando que fosse eu, e então já havia também o carteiro querendo o recibo de uma carta registrada, e quando o telefone bateu foi preciso atender, e nosso mundo foi invadido, atravessado, desfeito, perdido para sempre — senti que ela me disse isso num instante, num olhar entretanto lento (achei seus olhos muito claros, há muito tempo não os via assim, em plena luz), um olhar de apelo e de tristeza onde entretanto ainda havia uma inútil, resignada esperança.

Ruben Braga


Texto extraído do livro "Figuras do Brasil – 80 autores em 80 anos de Folha", Publifolha – SP, 2001, pág. 132.

Fonte:www.releituras.com

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Adiamento


Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-me para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã...
Quando era criança o circo de Domingo divertia-se toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de Domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é o que está bem o espetáculo...
Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanha serei finalmente o que hoje não posso nunca
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã..
O porvir...
Sim, o porvir..

Fernando Pessoa

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Metade do Mundo quer Emagrecer e a outra Metade Morre de Fome



"Metade do mundo quer emagrecer e a outra metade passa fome."

Título de uma comunidade do orkut.


Em 1974, a Conferência Mundial sobre a Alimentação fixava a meta de eliminar a fome no mundo até 1984. Foi um sonho impossível como admitiram implicitamente, em 1996, os representante da Fao reunidos em Roma. Hoje, voltam ainda as previsões da redução pela metade do número de famintos até 2020.

Prevê-se que uma massa de 1 bilhão e 300 milhões ainda passará fome naquele ano, sendo que as crianças subnutridas somarão 132 milhões. Um pouco abaixo dos 166 milhões de 1997, mas ainda muitas: uma a cada quatro crianças passará fome.

Os números nada animadores estão no relatório “Previsões para o ano 2020 sobre a alimentação mundial: tendência alternativas e escolhas” apresentado em Bohn, Alemanha, no mês de setembro.

Cada dia, morrem
por causa da fome,
24 mil pessoas.
10% das crianças,
em países em
desenvolvimento,
morrem antes de
completar cinco
anos de idade

Todavia, há uma pequena melhora, ainda mais porque o relatório analisa também outros fatores que podem, mais uma vez, modificar para pior essas previsões.

Parece que América Latina vai conseguir, até 2020, eliminar a fome do continente. A China também reduzirá pela metade seu exército de crianças sub-nutridas com a política do filho único, mas a Índia continuará a ser um problema, pelo aumento da sua população. A tragédia, porém, continuará na África, onde se anuncia um aumento da fome: a desnutrição infantil passará dos 33 milhões, em 1997, a algo entre 39 e 49 milhões, em 2020.

Segundo o Ifpri, instituto americano que faz pesquisas sobre a economia dos países pobres ligados à Fao, a África, para reverter esses números, precisaria de muito dinheiro, entre 76 a 186 bilhões de dólares, somente para melhorar suas infra-estruturas básicas (estradas, irrigação, saúde, etc). Porém a tragédia das crianças famintas poderia já ser reduzida em parte, se fosse possível aumentar os investimentos pelo menos de 10 bilhões de dólares ao ano (cifra menor de quanto o mundo gasta em armamentos).

Na África, existem outros desafìos endêmicos, como os conflitos armados e as maiores taxas de pobreza, dificultando até o começo de uma retomada a curto prazo de um crescimento econômico sustentável.

“As previsões mais recentes deixam entender que o objetivo fixado em 1996 não será conseguido antes de 2030”: lê-se no site da Fao. Dez anos de atraso em relação às previsões do relatório acima.



Fonte: www.pime.org.br

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Prisioneira do Amor


A minha alma tem tédio de minha vida

Uma vida vazia

Uma vida sem vida

Que vive do passado

De uma lembrança que nunca existiu

De um momento que nunca vivi

Sinto uma forte dor no peito

Que corrói a minha alma

E me leva ao mais profundo

Abismo, agora não posso mais ver

A luz do sol, ou se quer, lembrar do brilho

Das estrelas, hoje sou o que chamam

De prisioneira, prisioneira do medo,

Da dor, da angústia de saber que hoje eu

Sou prisioneira do amor


Sandra Eldritch

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Em 28 de setembro de 1978 Morre o Papa Sorriso Papa João Paulo I





Neste mesmo ano, no dia 27 de fevereiro, ele se torna doutor em Teologia Sagrada pela Universidade Gregoriana, em Roma, defendendo a tese intitulada A origem da alma humana de acordo com o Antonio Rosmini. Muito humilde e devotado à idéia de salvar a Humanidade, ele não tinha maiores pretensões; mesmo assim foi transformado em bispo por João XXIII, em 15 de dezembro de 1958; e nomeado Patriarca de Veneza por Paulo VI em 15 de dezembro de 1969, tentando se manter distante de discussões políticas internas no Vaticano. Albino participou também do Concílio Vaticano II, realizado em 1962 pelo Papa João XXIII para discutir a adaptação da Igreja à modernidade.

No dia 5 de março de 1973 ele recebeu nova promoção, desta vez para Cardeal, a convite de Paulo VI. Aos 65 anos ele se surpreende ao ser eleito o novo Papa, derrotando o ultraconservador cardeal Giuseppe Siri, considerado até então pela mídia o mais provável ocupante do trono de São Pedro, por 99 votos a 11. Tão surpreso ficou Albino, que sua primeira reação teria sido recusar o cargo, mas o cardeal holandês Johan Willebrands, a seu lado na Capela, teria convencido o novo Papa do contrário. Eleito, Luciani adota o nome de João Paulo I, primeiro Papa a escolher um título composto, para homenagear os que lhe antecederam, João XXIII e Paulo VI.

Sua doçura, a extrema afabilidade e o incansável sorriso terno lhe valeram o apelido de ‘Papa Sorriso’. O pouco tempo em que permaneceu no pontificado indicava uma intensa humildade, um desconforto com o luxo do Vaticano – ele chegou a recusar a coroação papal, que era opcional, e o transporte em liteiras, ponto em que ele foi obrigado a ceder -, e a intenção de realizar reformas profundas na Igreja, a começar da própria sede do papado. Ele morreu antes de qualquer tentativa, na madrugada do dia 28 de setembro de 1978, entre 23h30 e 4h30 da manhã, em seus aposentos, no Palácio Apostólico do Vaticano.

Sua permanência por tão pouco tempo no Vaticano suscitou inúmeras teses sobre a verdadeira causa de sua morte, até hoje não oficialmente determinada. A proibição de se realizar autópsia no corpo de um papa morto impediu o esclarecimento total dos reais motivos do falecimento de João Paulo I. O mistério é reforçado pela rapidez com que se embalsamou o corpo, sem empenho na busca de maiores detalhes, contrastando com a precisão dos registros sobre a morte de Paulo VI. Assim, é difícil não pensar em uma morte suspeita, talvez por envenenamento, já que o Papa parecia desagradar a Cúria Romana, mais preocupada em contrapor-se aos ideais socialistas, então crescentes entre o clero em diversas partes do globo. A escolha de João Paulo II como seu sucessor parece dar ainda mais vazão a esta tese, pois este membro conservador da Igreja caminhava na contramão de seu antecessor, tanto na política quanto em questões como o aborto, o uso de anticoncepcionais, entre outras.

Luciani vinha mantendo contato com diversos especialistas na reprodução humana, com pensadores e adeptos das mais diferentes religiões, tentando assim repensar as convencionais posturas da Igreja Católica. O controvertido jornalista investigativo David Yallop, no seu livro Em Nome de Deus, afirma reunir provas e fontes que lhe autorizam a considerar a morte de João Paulo I não natural, ou seja, fruto de um assassinato bem urdido, do qual teriam participado, entre outros, o cardeal Jean Villot, o membro da máfia siciliana Michele Sindona, o cardeal americano John Cody, então líder da arquidiocese de Chicago, e o presidente do Banco do Vaticano daquela época, o bispo Paul Marcinkus, além de adeptos da loja maçônica P2.


Infelizmente, de uma forma ou de outra, a personalidade humilde e inovadora do ‘candidato de Deus’, como foi chamado por um dos cardeais, não lhe permitiu ser aceito pelo governo da Santa Sé, mas o perfil de autêntico discípulo de Jesus, somado a seu sorriso ímpar, deixaram sua imagem gravada eternamente na memória popular. Talvez a Humanidade, ou pelo menos a poderosa elite que rege o Planeta, ainda não estivesse preparada para receber um ser detentor de tão alta espiritualidade.

Fonte:www.infoescola.com

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Eu Não Vivo Sem Ele


Quando eu era pequena o mundo girava e poucos tinham telefones residenciais. Mamãe se virava sem precisar de um telefone e todos tínhamos uma vida normal.
Quando a antiga empresa de telefonia da minha cidade disponibilizou linhas residenciais meu pai comprou uma e era caro e poucos tinham. Minha casa tinha telefone residencial mais poucos de meus amigos possuíam telefone em casa! O orelhão era de fichas e quando eu  precisava ligar usava as ditas fichas ou ligava a cobrar pra minha casa. Minha adolescência foi normal sempre saímos e mamãe nem papai pedia que ligássemos a cada dez minutos.
Quando o celular surgiu meu marido logo teve um ai começou a dependência. Com a facilidade de falar com ele quando tivesse vontade passei a ligar dez vezes por dia.
Hoje não vivo sem um celular e meus filhos, coitados não podem sair sem um, se eu não puder falar com ele a qualquer momento corto a saída e ficam em casa. Vai ao shopping, leva o celular, vai numa festa tem que levar celular, vai ao colégio leva celular! Eu dependo deste maldito aparelhinho para viver e fazer minha vida gira! PODE????

Elaine

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Da Noite


Que canto há de cantar o que perdura?

A sombra, o sonho, o labirinto, o caos

A vertigem de ser, a asa, o grito.

Que mitos, meu amor, entre os lençóis:

O que tu pensas gozo é tão finito

E o que pensas amor é muito mais.

Como cobrir-te de pássaros e plumas

E ao mesmo tempo te dizer adeus

Porque imperfeito és carne e perecível



E o que eu desejo é luz e imaterial.



Que canto há de cantar o indefinível?

O toque sem tocar, o olhar sem ver

A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.

Como te amar, sem nunca merecer?

Hilda Hilst

(Da Noite - 1992)

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Primavera


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

Cecília Meireles

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Nos bosques, Perdido


Nos bosques, perdido, cortei um ramo escuro
E aos labios, sedento, levante seu sussurro:
era talvez a voz da chuva chorando,
um sino quebrado ou um coração partido.
Algo que de tão longe me parecia
oculto gravemente, coberto pela terra,
um gruto ensurdecido por imensos outonos,
pela entreaberta e úmida treva das folhas.
Porém ali, despertando dos sonhos do bosque,
o ramo de avelã cantou sob minha boca
E seu odor errante subiu para o meu entendimento
como se, repentinamente, estivessem me procurando as raízes
que abandonei, a terra perdida com minha infância,
e parei ferido pelo aroma errante.
Não o quero, amada.
Para que nada nos prenda
para que não nos una nada.
Nem a palavra que perfumou tua boca
nem o que não disseram as palavras.
Nem a festa de amor que não tivemos
nem teus soluços junto à janela...

Pablo Neruda

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Morreu o Grande Poeta Pablo Neruda a Exatamente 36 Anos.




Pablo Neruda (Parral, 12 de Julho de 1904 — Santiago, 23 de Setembro de 1973) foi um poeta chileno.

Biografia

Filho de um operário ferrroviário e de uma professora primária, nasceu em 12 de julho de 1904, na cidade de Parral (Chile). Seu nome era verdadeiro era Neftalí Ricardo Reyes Basoalto. Perdeu a mãe no momento do nascimento.Em 1906, a família muda-se para a cidade de Temuco. Começa a estudar por volta dos sete anos no Liceu para Meninos da cidade. Ainda em fase escolar, publica seus primeiros poemas no jornal “ La Manãna”. No ano de 1920, começa a contribuir com a revista literária “Selva Austral”, já utilizando o pseudônimo de Pablo Neruda (homenagem ao poeta tcheco Jan Neruda e ao francês Paul Verlaine).

Em 1921, passa morar na cidade de Santiago e estuda pedagogia no Instituto Pedagógico da Universidade do Chile. Em 1923 publica ‘Crepusculário” e no ano seguinte “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”, já com uma forte marca do modernismo.

No ano de 1927, começa sua carreira diplomática, após ser nomeado cônsul na Birmânia. Em seguida passa a exercer a função no Sri Lança, Java Singapura, Buenos Aires, Barcelona e Madrid. Nesta viagens, conhece diversas pessoas importantes do mundo cultural. Em Buenos Aires, conheceu Garcia Lorca, e em Barcelona Rafael Alberti.
Em 1930, casa-se com María Antonieta Hagenaar, divorciando-se em 1936. Logo após começou a viver com Delia de Carril, com quem se casou em 1946, até o divórcio em 1955. Em 1966, casou-se novamente, agora com Matilde Urrutia.

Em 1936, explode a Guerra Civil Espanhola. Comovido com a guerra e com o assassinato do amigo Garcia Lorca, compromete-se com o movimento republicano. Na França, em 1937, escreve “Espanha no coração”. Retorna neste ano para o Chile e começa a produzir textos com temáticas políticas e sociais.

No ano de 1939, é designado cônsul para a imigração espanhola em Paris e pouco tempo depois cônsul Geral do México. Neste país escreve “Canto Geral do Chile”, que é considerado um poema épico sobre as belezas naturais e sociais do continente americano.

Em 1943, é eleito senador da República. Comovido com o tratamento repressivo que era dado aos trabalhadores de minas, começa a fazer vários discursos, criticando o presidente González Videla. Passa a ser perseguido pelo governo e é exilado na Europa.

Em 1952, publica “Os versos do capitão” e dois anos depois “ As uvas e o vento”. Recebe o prêmio Stalin da Paz em 1953. Em 1965, recebe o título honoris causa da Universidade de Oxford (Inglaterra). Em outubro de 1971, recebe o Prêmio Nobel de Literatura.

Durante o governo do socialista Salvador Allende, é designado embaixador na França. Doente, retorna para o Chile em 1972. Em 23 de setembro do ano seguinte, morre de câncer de próstata na Clínica Santa Maria de Santiago (Chile).

Fonte:Wikipédia

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Pétala




O seu amor
Reluz
Que nem riqueza
Asa do meu destino
Clareza do tino
Pétala
De estrela caindo
Bem devagar...
Oh! meu amor!
Viver
É todo sacrifício
Feito em seu nome
Quanto mais desejo
Um beijo, um beijo seu
Muito mais eu vejo
Gosto em viver
Viver!
Por ser exato
O amor não cabe em si
Por ser encantado
O amor revela-se
Por ser amor
Invade
E fim!!...





Djavan

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Postagem Coletiva – Uma Carta Para Mim




Recife, 20 de Setembro de 2009.


Querida Elaine TRISTE


Eu sou seu lado FELIZ e estou lhe escrevendo esta carta para poder lhe ajudar a se recuperar desta tristeza em que você se encontra. Sei que você tem motivos para se sentir desanimada e sem vontade de viver. Mais esta tristeza já estar ficando longa demais e se sentindo assim estar prejudicando nossa vida.
Nossos últimos quatro anos não foram fáceis para nós. Perdemos papai e ficamos doentes ao mesmo tempo. Com esta perda e o estado de saúde ficamos muito frágeis e assim você deixou de acreditar em dias melhores.
O que você tem que fazer Elaine TRSTE é esquecer o que passou de ruim em nossa vida e se focar naquilo que houve de bom. Viver o presente e esperar que o futuro aconteça. Lembrar sim, do que papai tinha de especial, de seu riso, dos carinhos e cuidados, dos filmes que assistimos juntos e tudo que ele nos ensinou.
Portanto querida Elaine TRISTE, pense no que escrevi nesta carta e procure seguir meus conselhos, porque temos dois filhos que ainda necessitam de nossos cuidados e atenção. Temos ainda mamãe, nossos irmãos e amigos que estão torcendo por nossa felicidade.
Espero que tenha gostado de receber minha carta e siga meu conselho para assim sermos apenas ELAINE.

Um beijo grande,

Elaine FELIZ

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A Vida


É vão o amor, o ódio, ou o desdém;

Inútil o desejo e o sentimento...

Lançar um grande amor aos pés de alguém

O mesmo é que lançar flores ao vento!

Todos somos no mundo" Pedro Sem",

Uma alegria é feita dum tormento,

Um riso é sempre o eco dum lamento,

Sabe-se lá um beijo de onde vem!

A mais nobre ilusão morre... desfaz-se...

Uma saudade morta em nós renasce

Que no mesmo momento é já perdida...

Amar-te a vida inteira eu não podia.

A gente esquece sempre o bem de um dia.

Que queres, meu Amor, se é isto a vida!


Florbela Espanca

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Vale a Pena Mudar!




Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.

Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os seus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de TV, compre outros jornais... Leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes. Novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... Outra marca de sabonete, outro creme dental...
Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!
Experimentem! Pelo menos de vez em quando é bom.

Clarice Lispector

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Canção do Dia de Sempre


Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...

Mario Quintana

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Hoje é Aniversário de Hermione Granger






Hermione Jean Granger é uma personagem dos livros da série Harry Potter, escrita por J. K. Rowling. Hermione é a melhor amiga de Harry Potter e Rony Weasley, e se destaca por sua grande inteligência.

Características da personagem

Nasceu no dia 19 de Setembro de 1979. Os seus pais são "trouxas" (não bruxos) e ambos são dentistas. Duas grandes características físicas de Hermione são seus cabelos castanhos (descritos como longa juba) e os dentes da frente maiores que o normal (coisa que ela conserta no 4° livro da série). Hermione é muito estudiosa: o seu conhecimento (que chega a ser irritante) já salvou muitas vezes Harry e Rony.
Hermione é a melhor aluna do seu ano e acredita que tudo o que é necessário saber está nos livros. A maioria dos professores a considera uma estudante modelo, sendo Severo Snape a exceção, por considerá-la uma "sabe-tudo insuportável". Parece sempre estar um passo à frente de Harry e Rony, que não gostavam de Hermione no começo do primeiro ano, pois a achavam muito arrogante, tudo porque Hermione não gostava muito da atitude ousada dos rapazes de saírem à noite dos dormitórios para explorar a escola. Porém, certa noite ela foi a um desses "passeios" e quase morreu porque eles entraram na sala onde estava "Fofo", o cão de três cabeças de Hagrid (guarda-caça de Hogwarts) que guardava o 3ºandar. No dia seguinte a esse acontecimento, fica a corrigir Rony durante uma aula de feitiços e ele a ofende, o que a leva a não falar mais com Harry e Rony e a se trancar no banheiro das meninas para chorar. No entanto, um trasgo montanhes é solto na escola e vai parar no banheiro das meninas. Harry e Rony correm quando ficam a saber e conseguem tirá-la de lá. Quando os professores chegam, Harry e Rony estão prontos para tomar uma detenção, mas para surpresa de todos Hermione assume toda a culpa para protegê-los. Depois disso os três viram amigos inseparáveis. Nasceu aí a amizade mais importante da série, em que cada um é capaz de tudo para ver o bem dos outros dois.

Hermione é bastante exigente com ela mesma, e por vezes com os outros, o que faz com que muitos alunos a considerem mandona e exibicionista. Também é vítima da discriminação de Draco Malfoy, que está sempre a gozá-la e a chamar-lhe de "Sangue ruim", mas ela sempre é defendida pelos seus dois amigos, embora Rony demonstre muita mais raiva quando debocham dela. Chegou a ser petrificada pelo Basilisco ao investigar sobre os acontecimentos em Câmara Secreta.

Dados Biográficos

Nome Completo: Hermione Jean Granger e Hermione Jean Granger weasley (depois de casada)
Família: marido- Rony Weasley; filhos: Rosa Weasley e Hugo Weasley.
Data de Nascimento: 19 de setembro de 1989.
Idade: 12 anos no 1º livro e consecutivamente até 18 no sétimo livro, 37 no epílogo;
Olhos:castanhos.
Cabelo: castanho crespo e volumoso.
Estrutura Física: normal, clara e tinha os dentes da frente maiores até o 4º ano quando Malfoy a enfeitiçou e seus dentes foram concertados.
Casa: Grifinória. No primeiro livro o Chapéu Seletor fica indeciso entre colocá-la na Corvinal (casa dos bruxos mais inteligentes que existem) ou na Grifinória e decidiu colocá-la na Grifinória.
Varinha:Inicialmente a varinha de núcleo feito de fibra cardíaca de dragão, mas depois da casa dos Malfoys ela ficou com a varinha de Belatriz Lestrange
Clubes em que entra: Clube do Slugue, a AD (Armada de Dumbledore, formada por ela, Rony Weasley e Harry Potter inicialmente) e a Ordem da Fênix.


Fonte: Wikipédia

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Amigos Como Eles São Similar



Amigo de verdade
é aquele que fala da amizade
quanto mais o tempo passa
alimenta e mata saudades


amigos de verdade
são os que vem como o vento
enquanto o pranto vem
ele enxuga em silencio

amigo é amigo
é tudo
amigo é o encaixe
é o quebra cabeça é o amor

amigo do peito
é aquele que te causa hemorragia
é aquele que ti diz a verdade
nos momentos de fantasia

amigo é como um poema
tentamos desvendar
mas os amigos é mas concreto
ele consegui se decifrar

amigo na verdade não tem explicação
é como o amor que buscamos respostas sem explicação
amigo somos nos poetas que escrevemos
falando da nossa vida
que se encaixa na vida
de outros que que nos valoriza

amigo são pensamentos distantes
que nos completa e que nos deixa preparado
para todas as situações

Amor de amigos, são Paixões

Rabino Pereira

Fonte:/www.amoreamor.com

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O Ano Novo em Israel - «Shaná Tová» - שנה טובה


Rosh Hashaná (em hebraico ראש השנה) é o nome dado ao ano-novo dos judeus. Trata-se de um dos feriados mais importantes do seu calendário e, forma o período mais significativo do ano para aquele povo. Devido a diferenças com o nosso calendário (gregoriano), dessa vez o primeiro dia do ano 5770 coincidiu com o nosso dia 19 de setembro.

Ano novo em Israel não tem o mesmo clima de ano novo no resto do mundo. Não tem neve porque cai no verão - ainda que seja o finzinho do verão. Não tem Papai Noel e corrida às lojas porque  não existe Natal em Israel. E, claro, a contagem é bem outra.

Ano novo judaico é evento familiar.É tempo de maçã com mel, do toque do shofar, cabeça de peixe, bolo de mel... É tempo de fazer um balanço pessoal e de, entre Rosh Hashaná e Yom Kipur, os chamados Yamim Noraim (dias terríveis) pensar o que se fez de bom e de ruim no ano que vai acabando. E de, no Dia do Perdão, pedir desculpas  pelas coisas ruins que fizeram (quem não faz?)

A todos os judeus que passam por aqui e a todos aqueles que não são judeus, shaná tová umetuká - ano feliz e doce. O mundo faz aniversário, é tempo de que todos comemoremos!


Fonte:www.psicodelia.org

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Deve Chamar-se Tristeza

Deve chamar-se tristeza

Isto que não sei que seja

Que me inquieta sem surpresa

Saudade que não deseja.



Sim, tristeza - mas aquela

Que nasce de conhecer

Que ao longe está uma estrela

E ao perto está não a Ter.



Seja o que for, é o que tenho.

Tudo mais é tudo só.

E eu deixo ir o pó que apanho

De entre as mãos ricas de pó.


Fernando Pessoa

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Aniversário de Fátima Bernardes



Fátima Gomes Bernardes Bonemer (Rio de Janeiro, 17 de setembro de 1962) é uma jornalista brasileira.

Nascida no bairro carioca do Vaz Lobo, mas sua família logo mudou-se para o Méier. Com sete anos começou a cursar balé mas depois optou por cursar jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a fim de ser crítica de dança. Até então nunca havia pensado em trabalhar na televisão.

Em 1983, começou a trabalhar no jornal O Globo como repórter de um caderno regional. Teve um começo bastante incomum, a julgar por ter sido contratada para substituir uma repórter que havia quebrado o pé.

Em 1987 entrou para a Rede Globo de televisão após ser aprovada em um curso de telejornalismo da emissora. Meses depois passou também a apresentar o extinto RJTV 3ª edição.

Em maio de 1989, assumiu a apresentação do Jornal da Globo ao lado de Eliakim Araújo e em julho de 1989, passou a apresentar o JG em dupla com William Bonner.

Em 1993, começou a apresentar a revista eletrônica Fantástico ao lado de Celso Freitas e Sandra Annenberg.

Em 1996 assumiu a apresentação e edição do Jornal Hoje, voltando ao Fantástico em 1997, formando dupla com Pedro Bial.

Em 21 de outubro de 1997, deu luz aos trigêmeos Vinícius, Laura e Beatriz, e pouco tempo depois (30 de março de 1998) se tornou âncora do Jornal Nacional, o principal telejornal da emissora ao lado do marido William Bonner, cargo que ocupa até hoje. Neste cargo, destacou-se entre outras coisas por ser a enviada especial da Rede Globo para a Copa do Mundo de Futebol (Alemanha-2006)


Fonte:Wikipédia

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A Folha

A natureza são duas.
Uma,tal qual se sabe a si mesma.
Outra, a que vemos. Mas vemos?
Ou é a ilusão das coisas?

Quem sou eu para sentir
o leque de uma palmeira?
Quem sou, para ser senhor
de uma fechada, sagrada
arca de vidas autônomas?

A pretensão de ser homem
e não coisa ou caracol
esfacela-me em frente à folha
que cai, depois de viver
intensa, caladamente,
e por ordem do Prefeito
vai sumir na varredura
mas continua em outra folha
alheia a meu privilégio
de ser mais forte que as folhas.


Carlos Drummond de Andrade

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Hoje a Confeitaria Colombo do Rio de Janeiro Completa 115 Anos.



A Confeitaria Colombo localiza-se no centro histórico da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, sendo um dos principais pontos turísticos da Região Central da cidade.

A confeitaria foi fundada em 1894 pelos imigrantes portugueses Joaquim Borges de Meireles e Manuel José Lebrão, tendo um extenso rol de clientes célebres entre a sociedade brasileira.

Sua arquitetura e ambiente permitem ter uma idéia de como terá sido a Belle Époque na capital da República. Entre 1912 e 1918 os salões do interior da confeitaria foram reformados, com um toque Art Nouveau, com enormes espelhos de cristal trazidos da Antuérpia, emoldurados por elegantes frisos talhados em madeira de jacarandá. Os móveis de madeira do interior foram esculpidos na mesma época pelo artesão Antônio Borsoi. Em 1922 as suas instalações foram ampliadas com a construção de um segundo andar, com um salão de chá. Uma abertura no teto do pavimento térreo permite ver a clarabóia do salão de chá, decorada com belos vitrais.

Entre os clientes famosos da confeitaria estão Chiquinha Gonzaga, Olavo Bilac, Rui Barbosa, Villa-Lobos, Lima Barreto, José do Patrocínio, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, entre muitos outros.

A tradicional casa possuiu uma filial na avenida Nossa Senhora de Copacabana, no bairro de Copacabana (atualmente uma agência do Banco do Brasil). Mais recentemente, abriu uma filial nas dependências do Forte de Copacabana.


Fonte:Wikipédia

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Aflição de Ser Eu E Não Ser Outra


Aflição de ser eu e não ser outra.
Aflição de não ser, amor, aquela
Que muitas filhas te deu, casou donzela
E à noite se prepara e se adivinha
Objeto de amor, atenta e bela.

Aflição de não ser a grande ilha
Que te retém e não te desespera.
(A noite como fera se avizinha)

Aflição de ser água em meio à terra
E ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel

Não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra.

Hilda Hilst

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Biografia de Hilda Hilst

Poeta, dramaturga e ficcionista, Hilda Hilst nasceu em Jaú (SP) no dia 21 de abril de 1930. Em 1952 formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Em 1966, mudou-se para a Casa do Sol, uma chácara próxima a Campinas (SP), onde reside até hoje.
Hilda Hilst, que dedica todo o seu tempo à criação literária, escreve há quase meio século, tendo sido agraciada com os mais importantes prêmios literários do país.
Seu arquivo pessoal foi comprado pelo Centro de Documentação Alexandre Eulálio, Instituto de Estudos de linguagem (IEL) da Unicamp em 1995, estando aberto a pesquisadores do mundo inteiro.
Alguns de seus textos foram traduzidos para o francês, inglês, italiano e alemão. Em março de 1997, seus textos Com os meus olhos de cão e A obscena senhora D foram publicados pela Editora Gallimard, tradução de Maryvonne Lapouge, que também traduziu Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.

Fonte:www.artelivre.net

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Estrela da Manhã

Eu quero a estrela da manhã
Onde está a estrela da manhã?
Meus amigos meus inimigos
Procurem a estrela da manhã

Ela desapareceu ia nua
Desapareceu com quem?
Procurem por toda a parte

Digam que sou um homem sem orgulho
Um homem que aceita tudo
Que me importa? Eu quero a estrela da manhã

Três dias e três noites
Fui assassino e suicida
Ladrão, pulha, falsário

Virgem mal-sexuada
Atribuladora dos aflitos
Girafa de duas cabeças
Pecai por todos pecai com todos

Pecai com os malandros
Pecai com os sargentos
Pecai com os fuzileiros navais
Pecai de todas as maneiras

Com os gregos e com os troianos
Com o padre e com o sacristão
Com o leproso de Pouso Alto

Depois comigo

Te esperarei com mafuás novenas cavalhadas
comerei terra e direi coisas de uma ternura tão simples
Que tu desfalecerás
Procurem por toda parte
Pura ou degradada até a última baixeza
eu quero a estrela da manhã

Manuel Bandeira

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Hollywood Chora Morte de Patrick Swayze

Patrick Swayze morreu vítima do câncer em 14 de setembro de 2009

Hollywood está de luto nesta terça-feira (15) após a morte do ator Patrick Swayze, vítima de um câncer depois de 20 meses de luta contra uma doença que este ano também levou Farrah Fawcett e Bea Arthur.

Swayze foi protagonista de sucessos como Dirty Dancing (1987) e Ghost (1990), obteve três candidaturas ao Globo de Ouro e foi considerado o homem mais atraente do mundo pela revista People em 1991.

Seus companheiros de profissão Rob Lowe, Whoopi Goldberg e Kirstie Alley foram os primeiros a mostrar suas condolências à família.

"Foi um ator intenso, cheio de paixão e vigor. Definitivamente tirava o máximo disso e viveu cem vidas em uma", manifestou Lowe. "Ele sempre estará perto", declarou à revista People Whoopi Goldberg, sua companheira em Ghost.

"Foi um homem realmente bom, um homem divertido a quem lhe devo tanto que nunca poderei compensar", acrescentou. "Sempre ficarei com minhas lembranças de Patrick, nos divertimos muito juntos", comentou Alley, que também foi uma estrela do cinema nas décadas dos 80 e 90, da mesma forma que Swayze.

Swayze entra para uma extensa lista de grandes figuras do cinema que foram vítimas do câncer, que inclui Bette Davis, Humphrey Bogart, John Wayne, Gary Cooper e Robert Mitchum, entre outros.

Confira as declarações dos famosos:

- "Ele lutou contra uma poderosa batalha e infelizmente perdeu. Meu coração vai para a sua maravilhosa Lisa, sua mulher e alma gêmea por 34 anos", disse Barbara Walters.

- "Patrick Swayze foi meu irmão espiritual. Seu propósito era fé, bondade, tolerância, compreensão e amor. O livro da vida de Patrick Swayze nunca acabará porque ele foi movido para um lugar, onde a vida espiritual é para sempre", disse Gary Busey.

- "Descanse em paz Patrick. Você era um grande talento. E mais importante ... um verdadeiro cavalheiro", disse Alyssa Milano.

- "Eu tenho muita fé na fé, e se você acredita com força suficiente ela algo, isso se torna verdade. Patrick Swayze, descanse em paz", disse Amanda Bynes.

- "Descanse em paz. Meu coração dói", disse Emily Rossum.

- "Ele foi muito valente e lutou tão corajosamente", disse Rose McGowan.

- "Patrick enfrentou a batalha final com tanta paixão quanto ele abraçou sua vida, com força, dignidade e graça. Seu amor pela sua vida profissional e pela sua família foi inspirador. Ele tocou muitas pessoas.", disse Ralph Macchio.

- "Não só perdemos um ótimo ator hoje. Eu perdi o meu irmão mais velho", disse C. Thomas Howell.


Fonte:www.diversao.terra.com.br

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Coração


Coração
Dá um tempo
Faz que é de pedra
Diz prá ele esquecer
Faz que é de pedra
Coração
Me tire os sentidos
Me tape os ouvidos
Levanta do chão
Coração
Diz prá ela, não, não
Coração
Não apanhe chuva
Não se perca por pouco
Vem, me escuta direito
Tô batendo, batendo
Doendo em teu peito
Coração...
Não, não, não...
Coração
Não, não apanhe chuva
Não se perca por pouco
Vem, me escuta direito
Tô batendo, batendo
Doendo em teu peito
Coração
Me desculpe o mal jeito, me desculpe o mal jeito
Coração

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Perdida, triste, vazia

Perdida em meu mundo, em meus pensamentos;

sem saber onde ir;

sinto cada vez mais a escuridão tomar conta de meu corpo;

Aos poucos vou encontrando um enorme vazio.



Indo contra a luz;

sem saber o que fazer;

não sei para onde vou...

sinto perder a respiração a cada minuto que se passa;

nem sequer me lembro quem sou.



Estou só, imensamente só.

Não pense que isso me faz mal;

pelo contrário;

é tudo o que sempre desejei.



Paciência, não tente me entender;

você não conseguiria,

nem mesmo eu consigo,

viva sua vida e me deixe em paz.



Se você acha que não consegue me esquecer,

esqueça isso, e conseguirá.

Você acha que tenho todas as respostas;

mais eu acho o mesmo de você;

Lembre-se, estamos só, apenas só.



Perdida, triste, vazia.

É o que sou.

É o que sempre fui.

Não tente mudar isso,

Viva sua vida e me esqueça.

esqueça que um dia fomos felizes;

esqueça que você sorriu pra mim;

esqueça que só víamos a luz e nunca a escuridão;

esqueça que nunca estávamos sozinhos;

esqueça que um dia me amou.

esqueça...

apenas esqueça o que digo.

E esqueça quem fui.



Emori Souza

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Nota Social

O poeta chega na estação.
O poeta desembarca.
O poeta toma um auto.
O poeta vai para o hotel.
E enquanto ele faz isso
como qualquer homem da terra,
uma ovação o persegue
feito vaia.
Bandeirolas
abrem alas.
Bandas de música. Foguetes.
Discursos. Povo de chapéu de palha.
Máquinas fotográficas assestadas.
Automóveis imóveis.
Bravos...
O poeta está melancólico.

Numa árvore do passeio público
(melhoramento da atual administração)
árvore gorda, prisioneira
de anúncios coloridos,
árvore banal, árvore que ninguém vê
canta uma cigarra.
Canta uma cigarra que ninguém ouve
um hino que ninguém aplaude.
Canta, no sol danado.

O poeta entra no elevador
o poeta sobe
o poeta fecha-se no quarto.
O poeta está melancólico.

Carlos Drummond de Andrade

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Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar
[ extático da aurora.


Vinicius de Moraes

Texto extraído da antologia "Vinicius de Moraes - Poesia completa e prosa", Editora Nova Aguilar - Rio de Janeiro, 1998, pág. 259.

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Amavisse

Como se te perdesse, assim te quero.

Como se não te visse (favas douradas

Sob um amarelo) assim te apreendo brusco

Inamovível, e te respiro inteiro

Um arco-íris de ar em águas profundas.

Como se tudo o mais me permitisses,

A mim me fotografo nuns portões de ferro

Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima

No dissoluto de toda despedida.

Como se te perdesse nos trens, nas estações

Ou contornando um círculo de águas

Removente ave, assim te somo a mim:

De redes e de anseios inundada.



Hilda Hilst

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Mal Acostumado

Amor de verdade eu só senti
Foi com você meu bem
E todas as loucuras
Desse nosso amor
Você me deu também...

Você já faz parte
Da minha vida
E fica tão difícil
Dividir você de mim
E quando faz carinho
Me abraça
Aí eu fico de graça
Te chamando pra me amar...

Mal acostumado
Você me deixou
Mal acostumado
Com o seu amor
Então volta
Traz de volta meu sorriso
Sem você não posso ser feliz...

Amor de verdade eu só senti
Foi com você meu bem
E todas as loucuras
Desse nosso amor
Você me deu também...


Araketo

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Elaine & London


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Dez Chamamentos ao Amigo

Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse

Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.

Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta

Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.

Hilda Hilst

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A Noite na Ilha



Dormi contigo a noite inteira junto do mar, na ilha.
Selvagem e doce eras entre o prazer e o sono,
entre o fogo e a água.
Talvez bem tarde nossos
sonos se uniram na altura e no fundo,
em cima como ramos que um mesmo vento move,
embaixo como raízes vermelhas que se tocam.
Talvez teu sono se separou do meu e pelo mar escuro
me procurava como antes, quando nem existias,
quando sem te enxergar naveguei a teu lado
e teus olhos buscavam o que agora - pão,
vinho, amor e cólera - te dou, cheias as mãos,
porque tu és a taça que só esperava
os dons da minha vida.
Dormi junto contigo a noite inteira,
enquanto a escura terra gira com vivos e com mortos,
de repente desperto e no meio da sombra meu braço
rodeava tua cintura.
Nem a noite nem o sonho puderam separar-nos.
Dormi contigo, amor, despertei, e tua boca
saída de teu sono me deu o sabor da terra,
de água-marinha, de algas, de tua íntima vida,
e recebi teu beijo molhado pela aurora
como se me chegasse do mar que nos rodeia.

Pablo Neruda

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Ao Luar

Quando, à noite, o Infinito se levanta
A luz do luar, pelos caminhos quedos
Minha tactil intensidade é tanta
Que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!

Quebro a custódia dos sentidos tredos
E a minha mão, dona, por fim, de quanta
Grandeza o Orbe estrangula em seus segredos,
Todas as coisas íntimas suplanta!

Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado,
Nos paroxismos da hiperestesia,
O Infinitésimo e o Indeterminado...

Transponho ousadamente o átomo rude
E, transmudado em rutilância fria,
Encho o Espaço com a minha plenitude!

Augusto dos Anjos

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Aniversário de Malu Mader

Nome: Maria de Lourdes da Silveira Mäder
Data de nascimento: 12 de setembro de 1966
Signo: Virgem
O que faz: Atriz


Biografia:

Malu iniciou na arte de interpretar no Teatro Tablado, mas ficou conhecida do grande público aos dezenove anos, como a protagonista na minissérie "Anos dourados", de Gilberto Braga, sucesso de audiência da Rede Globo em 1986. No mesmo ano estreou no cinema, na comédia juvenil "Rock estrela", de Lael Rodrigues. Outros filmes e novelas vieram em seguida, mas com o tempo passou a ser mais exigente na escolha de seus papéis. É agnóstica.

Malu declara que se tornou mais preocupada em sentir prazer no seu trabalho a partir de 1989, quando ocorreu um episódio marcante em sua vida. No dia em que estava se mudando para São Paulo, ela se envolveu num grave acidente de carro. Uma moça de dezoito anos ficou em coma por um mês, e a atriz foi acusada – e depois inocentada – em processos criminal e civil. Por isso, sua presença nos folhetins não tem sido muito frequente. Protagonizou "Celebridade", sua última novela com Gilberto Braga. Trabalhou recentemente em "Eterna magia". Malu viveu a pianista Eva Sullivan.

É casada desde 1990 com o músico e escritor Tony Bellotto, que integra o conjunto de rock Titãs. Quando o viu pela primeira vez, em 1989, num hotel onde ambos estavam hospedados com seus respectivos companheiros, Belotto a reconheceu e foi cumprimentá-la. Malu logo se sentiu atraída, mas sem reconhecer de quem se tratava; ela sabia vagamente da existência dos Titãs.
Em outra ocasião, acabou sendo apresentada a ele pela atriz Betty Gofman, sua amiga, que na época namorava o titã Marcelo Frommer. Malu e Bellotto terminaram os respectivos casamentos – o de Malu com o ator Taumaturgo Ferreira - e, depois de um ano, finalmente ficaram juntos. Da união, nasceram dois filhos, João, em 1995, e Antonio, em 1997.

Fatos Curiosos:

1. Dirigiu também em 2008 o documentário "Contratempo". Malu confessou recentemente que dirigir é um sonho antigo, que ela só conseguiu realizar agora e pretende dar seguimento nesse novo ramo, segundo ela, uma grande paixão.

2. Também em 2008, estreou como diretora em "Essa história dava um filme", programa do canal pago Multishow. O curta-metragem foi inspirado em um caso verídico que aconteceu com o ator Thiago Lacerda. Além de Thiago, a história contou também com a participação da atriz Daisy Lúcidi.

3. Em agosto de 2005, depois que sofreu uma convulsão em Florianópolis, foi diagnosticado em Malu um cisto benigno na cabeça, do qual foi operada com sucesso.

4. Quando o marido começou a escrever romances policiais, Malu logo alimentou o desejo de levar o livro de estreia, "Bellini e a esfinge", para o cinema, o que aconteceu em 2001, com direção de Roberto Santucci. Malu participou do filme, não só como atriz, mas também como coprodutora. Também empenhou-se pessoalmente na campanha de lançamento e divulgação.

5. Recentemente, Malu esteve nas telas dos cinemas em "A casa da mãe Joana", longa-metragem do diretor e ator Hugo Carvana.


Fonte:www.tecontei.com.br
Imagem: www.malumader.net

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Desânimo

Estou agora triste. Há nesta vida
Páginas torvas que se não apagam,
Nódoas que não se lavam... se esquecê-las
De todo não é dado a quem padece...
Ao menos resta ao sonhador consolo
No imaginar dos sonhos de mancebo!



Oh! voltai uma vez! eu sofro tanto!
Meus sonhos, consolai-me! distraí-me!
Anjos das ilusões, as asas brancas
As névoas puras, que outro sol matiza.
Abri ante meus olhos que abraseiam
E lágrimas não tem que a dor do peito
Transbordem um momento...



E tu, imagem,
Ilusão de mulher, querido sonho,
Na hora derradeira, vem sentar-te,
Pensativa e saudosa no meu leito!
O que sofres? que dor desconhecida
Inunda de palor teu rosto virgem?
Por que tu'alma dobra taciturna,
Como um lírio a um bafo d'infortúnio?
Por que tão melancólica suspiras?



Ilusão, ideal, a ti meus sonhos,
Como os cantos a Deus se erguem gemendo!
Por ti meu pobre coração palpita...
Eu sofro tanto! meus exaustos dias
Não sei por que logo ao nascer manchou-os
De negra profecia um Deus irado.
Outros meu fado invejam... Que loucura!
Que valem as ridículas vaidades
De uma vida opulenta, os falsos mimos
De gente que não ama? Até o gênio
Que Deus lançou-me à doentia fronte,
Qual semente perdida num rochedo,
Tudo isso que vale, se padeço!



Nessas horas talvez em mim não pensas:
Pousas sombria a desmaiada face
Na doce mão e pendes-te sonhando
No teu mundo ideal de fantasia...
Se meu orgulho, que fraqueia agora,
Pudesse crer que ao pobre desditoso
Sagravas uma idéia, uma saudade...
Eu seria um instante venturoso!



Mas não... ali no baile fascinante,
Na alegria brutal da noite ardente,
No sorriso ebrioso e tresloucado
Daqueles homens que, pra rir um pouco,
Encobrem sob a máscara o semblante,
Tu não pensas em mim. Na tua idéia
Se minha imagem retratou-se um dia
Foi como a estrela peregrina e pálida
Sobre a face de um lago...


Álvares de Azevedo

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12 de setembro de 1831 Nascia o Poeta Álvares de Azevedo

Nascido a 12 de setembro de 1831 em São Paulo, onde seu pai estudava, transferiu-se cedo para o Rio de Janeiro. Sensível e adoentado, estuda, sempre com brilho, nos Colégios Stoll e Dom Pedro II, onde é aluno de Gonçalves de Magalhães, introdutor do Romantismo no Brasil. Aos 16 anos, ávido leitor de poesia, muda-se para São Paulo para cursar a Faculdade de Direito. Torna-se amigo íntimo de Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães, também poetas e célebres boêmios, prováveis membros da Sociedade Epicuréia. Sua participação nessa sociedade secreta, que promovia orgias famosas, tanto pela devassidão escandalosa, quanto por seus aspectos mórbidos e satânicos, é negada por seus biógrafos mais respeitáveis. Mas a lenda em muito contribuiu para que se difundisse a sua imagem de "Byron brasileiro". Sofrendo de tuberculose, conclui o quarto ano de seu curso de Direito e vai passar as férias no Rio de Janeiro. No entanto, ao passear a cavalo pelas ruas do Rio, sofre uma queda, que traz à tona um tumor na fossa ilíaca. Sofrendo dores terríveis, é operado - sem anestesia, atestam seus familiares - e, após 46 dias de padecimento, vem a falecer no Domingo de Páscoa, 25 de abril de 1852.

Fonte:/www.revista.agulha.nom.br

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Perto do Coração Selvagem



Deus meu eu vos espero, Deus, vinde a mim, Deus, brotai no meu peito. Eu não sou nada, e a desgraça cai sobre minha cabeça e eu só sei usar palavras e as palavras são mentirosas, e eu continuo a sofrer - afinal o fio sobre a parede escura -. Deus, vinde a mim e não tenho alegria e minha vida é escura como a noite sem estrelas e Deus, porque não existes dentro de mim? Porque me fizeste separada de ti? Deus, vinde a mim, eu não sou nada, eu sou menos que o pó e eu te espero todos os dias e todas as noites. Ajudai-me, eu só tenho uma vida e essa vida escorre pelos meus dedos e encaminha-se para a morte serenamente e eu nada posso fazer e apenas assisto ao meu esgotamento em cada minuto que passa. Sou só no mundo, quem me quer não me conhece, quem me conhece, me teme e eu sou pequena e pobre. Não saberei que existi daqui a poucos anos. O que me resta para viver é pouco, e o que me resta para viver, no entanto, continuará intocado e inútil. Porque não te apiedas de mim, que não sou nada? Dai-me o que preciso. Deus, dai-me o que preciso, e não sei o que seja, minha desolação é funda como um poço e eu não me engano diante de mim e das pessoas. Vinde a mim na desgraça e a desgraça é hoje, e a desgraça é sempre. Beijo teus pés e o pó dos teus pés. Quero me dissolver em lágrimas. Das profundezas chamo por vós, vinde em meu auxílio que eu não tenho pecados. Das profundezas chamo por vós. E nada responde e meu desespero é seco como as areias do deserto e minha perplexidade me sufoca, humilha-me, Deus, esse orgulho de viver me amordaça - eu não sou nada -. Das profundezas chamo por vós. Das profundezas chamo por vós. Das profundezas chamo por vós. Das profundezas chamo por vós.

Não, não, nenhum Deus, eu quero estar só. E um dia virá, sim, um dia virá em mim a capacidade tão vermelha e afirmativa quanto clara e suave, um dia o que eu fizer será cegamente, seguramente, inconscientemente, pisando em mim, na minha verdade, tão integralmente lançada no que fizer que serei incapaz de falar, sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento. Eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro. Não haverá nenhum espaço dentro de mim para eu saber que existe o tempo, os homens, as dimensões, não haverá nenhum espaço dentro de mim para notar sequer que estarei criando instante por instante, não instante por instante; sempre fundido, porque então viverei, só então serei maior que na infância, serei brutal e mal feita como uma pedra, serei leve e vaga como o que se sente e não se entende, me ultrapassarei em ondas. Ah, Deus, e que tudo venha e caia sobre mim, até a compreensão de mim mesma em certos momentos brancos porque basta me cumprir e então nada impedirá o meu caminho até a morte sem medo de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo.


Clarice Lispector

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De Repente

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.


Vinícius de Morais

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Nirvana



Para além do Universo luminoso,
Cheio de formas, de rumor, de lida,
De forças, de desejos e de vida,
Abre-se como um vácuo tenebroso.

A onda desse mar tumultuoso
Vem ali expirar, esmaecida…
Numa imobilidade indefinida
Termina ali o ser, inerte, ocioso…

E quando o pensamento, assim absorto,
Emerge a custo desse mundo morto
E torna a olhar as coisas naturais,

A bela luz da vida, ampla, infinita,
Só vê com tédio, em tudo quanto fita,
A ilusão e o vazio universais.

Antero de Quental

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Aniversário de Mortedo Escritor e Poeta Antero de Quental

Antero Tarquínio de Quental (Ponta Delgada, 18 de abril de 1842 — 11 de setembro de 1891) foi um escritor e poeta de Portugal que teve um papel importante no movimento da Geração de 70.

Biografia

Nascido na Ilha de São Miguel, Açores, durante a sua vida, Antero de Quental dedicou-se à poesia, à filosofia e à política. Iniciou seus estudos na cidade natal, mudando para Coimbra aos 16 anos, ali estudando Direito e manifestando as primeiras ideias socialistas. Fundou em Coimbra a Sociedade do Raio, que pretendia renovar o país pela literatura.

Em 1861, publicou seus primeiros sonetos. Quatro anos depois, publicou as Odes Modernas, influenciadas pelo socialismo de Proudhon, enaltecendo a revolução. Nesse mesmo ano iniciou a Questão Coimbrã, em que Antero e outros poetas foram atacados por Antônio Feliciano de Castilho, por instigarem a revolução intelectual. Como resposta, Antero publicou os opúsculos Bom Senso e Bom Gosto, carta ao Exmo. Sr. Antônio Feliciano de Castilho, e A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais.

Ainda em 1866 foi viver em Lisboa, onde experimentou a vida de operário, trabalhando como tipógrafo, profissão que exerceu também em Paris, entre janeiro e fevereiro de 1867.

Em 1868 regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós, Abílio de Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão.

Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português. Em 1869, fundou o jornal A República, com Oliveira Martins, e em 1872, juntamente com José Fontana, passou a editar a revista O Pensamento Social.

Em 1873 herdou uma quantia considerável de dinheiro, o que lhe permitiu viver dos rendimentos dessa fortuna. Em 1874, com tuberculose, descansou por um ano, mas em 1875, fez a reedição das Odes Modernas.

Em 1879 mudou-se para o Porto, e em 1886 publicou aquela que é considerada pelos críticos como sua melhor obra poética, Sonetos Completos, com características autobiográficas e simbolistas.

Em 1880, adoptou as duas filhas do seu amigo, Germano Meireles, que falecera em 1877. Em Setembro de 1881 foi, por razões de saúde, e a conselho do seu médico, viver em Vila do Conde, onde fixou residência até Maio de 1891, com pequenos intervalos nos Açores e em Lisboa. O período em Vila do Conde foi considerado pelo poeta o melhor período da sua vida: "Aqui as praias são amplas e belas, e por elas me passeio ou me estendo ao sol com a voluptuosidade que só conhecem os poetas e os lagartos adoradores da luz."

Em 1886 foram publicados os Sonetos Completos, coligidos e prefaciados por Oliveira Martins. Entre Março e Outubro de 1887, permaneceu nos Açores, voltando depois a Vila do Conde. Devido à sua estadia em Vila do Conde, foi criada nesta cidade, em 1995, o "Centro de Estudos Anterianos"

Em 1890, devido à reacção nacional contra o ultimato inglês, de 11 de Janeiro, aceitou presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga foi efémera. Quando regressou a Lisboa, em Maio de 1891, instalou-se em casa da irmã, Ana de Quental. Portador de Transtorno Bipolar, nesse momento o seu estado de depressão era permanente. Após um mês, em Junho de 1891, regressou a Ponta Delgada, suicidando-se no dia 11 de Setembro de 1891, com dois tiros na boca, disparados num banco de jardim.


Fonte: Wikipédia

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O Assinalado



Tu és o louco da imortal loucura,

O louco da loucura mais suprema.

A terra é sempre a tua negra algema,

Prende-te nela a extrema Desventura.



Mas essa mesma algema de amargura,

Mas essa mesma Desventura extrema

Faz que tu’alma suplicando gema

E rebente em estrelas de ternura.



Tu és o Poeta, o grande Assinalado

Que povoas o mundo despovoado,

De belezas eternas, pouco a pouco.



Na Natureza prodigiosa e rica

Toda a audácia dos nervos justifica

Os teus espasmos imortais de louco!


Cruz e Souza

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